A eleição do moderado Mahmoud Abbas, principal herdeiro político de Yasser Arafat, para a presidência da Autoridade Palestina, começa a produzir os primeiros resultados positivos na retomada do entendimento capaz de promover a paz para o sofrido povo do Oriente Médio.
Logo após a revelação dos números eleitorais, o primeiro- ministro de Israel, Ariel Sharon, telefonou a Abbas a fim de congratulá-lo pela eleição, com o total de 62,3% dos votos, tendo em vista que, dentre os demais candidatos, o fiel auxiliar de Arafat era exatamente o que representava a maior possibilidade de diálogo favorável. Sharon prometeu a Abbas que logo haverá um encontro entre ambos.
Também o presidente George W. Bush ligou para o líder palestino, não apenas para dar-lhe parabéns pela vitória, mas para ratificar o profundo interesse que a maior nação do mundo e todos os povos do Ocidente têm na celebração da paz entre judeus e palestinos, depois de tantos anos de retaliações de ambos os lados. O presidente Jacques Chirac também esteve entre os que falaram com Abbas, que nas últimas horas continuou a receber telefonemas de várias partes do planeta.
Com territórios e fronteiras delimitados pelo direito internacional, com soberania e instituições que se pautem por normas rigorosas de respeito à liberdade de opinião e expressão, que os dois povos marcados pela tragédia da inimizade e da guerra reencontrem numa perspectiva comum os estímulos que os levem a dar o melhor de si mesmos para manter o bem que está acima de todos: a dignidade da vida.
A guerra, além de milhares de vidas ceifadas, só produziu órfãos, alienados e homens contaminados pelo espírito de vingança que, por sua vez, realimentaram o processo de destruição. Por isso, o mundo clama por gestos de grandeza.