Pelo menos cinco ministros começam campanha para eleições

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se definiu quanto à candidatura à reeleição, mas pelo menos cinco dos dez ministros que podem disputar algum cargo eletivo em outubro começaram a campanha. Eles tiram proveito, principalmente, da condição ministerial para peregrinar pelos Estados ou aparecer nos meios de comunicação social.

Nesta semana, quem mais apareceu foi o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Candidato a governador do Amazonas ou a senador pelo PL, desde segunda-feira (09), Nascimento percorre o País na Operação Tapa-Buraco do governo federal, o que lhe rendeu dezenas de minutos de exposição em todos os canais de televisão. Inspirado em Lula, que sempre se declara o primeiro a fazer as coisas, disse que nunca no Brasil foi feita uma operação de recuperação de rodovias como a atual. Foi presença constante no "Jornal Nacional", da Rede Globo de Televisão.

Quem mais rivalizou com ele foi o chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Jaques Wagner, que deseja ser candidato a governador da Bahia. Na terça-feira (10), na companhia de Nascimento, Wagner perambulou pelo Estado na operação; ontem (12), foi para a cerimônia da lavagem das escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim, ato popularíssimo que reuniu cerca de 1 milhão de fiéis. Wagner não estava sozinho porque outros políticos, como o governador Paulo Souto (PFL), pré-candidato à reeleição, e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e adversários do petista, também se fizeram presentes. Nascimento, no entanto, rodou mais do que Wagner. Foi a Minas Gerais e a São Paulo também, sempre para tocar a tapa-buraco.

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, pré-candidato a deputado pelo Paraná, não se acanhou ontem ao enfrentar o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Depois de uma reunião ministerial, Marinho disse que não dava para atender às centrais sindicais, que anunciaram aceitar o reajuste do salário mínimo de 300 para 350 reais, desde que o aumento fosse antecipado para março. Num claro confronto com Marinho, Bernardo disse que dava sim para fazer a antecipação. Com isso, apareceu também nos programas jornalísticos de TV e no mais cobiçado de todos, o "Jornal Nacional". Candidato a governador de Santa Catarina, o secretário nacional da Pesca, José Fritsch, tem dado um pulo no Estado sempre que pode. Hoje, ele foi para o Rio. Quem também gosta de visitar o próprio Estado é o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. Candidato a governador pelo PT – caso o ex-ministro das Cidades e presidente do diretório regional do partido no Rio Grande do Sul Olívio Dutra, decida não concorrer -, Rossetto estuda também a alternativa de se candidatar a deputado. Ou até mesmo a vice-governador, função que exerceu no governo de Olívio.

Outro que está em campanha é o ministro da Saúde, Saraiva Felipe. Candidato a deputado por Minas Gerais, ele tem passado boa parte da semana no Estado.

Alheio a essa disputa, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, usou a hora do almoço, hoje, para visitar a Livraria Cultura, na saída para Goiânia. Lá, comprou o último exemplar do livro "Ensaios Reunidos", do escritor Otto Maria Carpeaux, da Editora Top Book. Entrou e saiu, anonimamente.

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