Pecuaristas do PR aderem à campanha de vacinação contra aftosa

Os pecuaristas do Paraná estão mobilizados para vacinar seus rebanhos bovinos e bubalinos contra a febre aftosa. A segunda etapa da campanha foi lançada oficialmente na última sexta-feira. Principal pólo da pecuária de corte do Paraná, a região de Umuarama deverá vacinar 1,34 milhão de bovinos e bubalinos de todas as idades e ambos os sexos. E até o dia 30, os criadores comparecerão às unidades veterinárias para comprovação.

O rebanho paranaense é de 10 milhões de bovinos e bubalinos. Segundo a Defesa Sanitária Animal do núcleo regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, 13.993 propriedades dedicam-se à criação de gado para corte e produção de leite em 32 municípios vizinhos a Umuarama. Na campanha passada, nessa região, o índice de imunização foi de 99,44%. A complementação se deu pela intervenção direta de técnicos e extensionistas governamentais. Foram lavradas 17 multas contra criadores que não fizeram a vacinação compulsória.

Na região de Campo Mourão, 654.818 bovinos e bubalinos de todas as idades distribuídos entre 10.173 propriedades de 25 municípios deverão ser vacinados. A exemplo de outras regiões, criadores, entidades públicas e privadas integrantes das cadeias produtivas da pecuária de corte e leite já começam a se mobilizar para a imunização atingir 100%. Em Paranavaí, a expectativa do Núcleo Regional da Seab, é que, nos 29 municípios da região, sejam imunizados 1,15 milhão de cabeças.

Conscientização

Existe um alto grau de conscientização dos produtores. Mesmo assim, o médico-veterinário Jesus Pereira Camacho, coordenador regional da DSA, adverte que quem não vacinar o gado terá que pagar multa de R$ 68,00 por bovino. Proibição de comercialização legal dos animais e suspensão de financiamentos junto aos bancos oficiais são outras punições previstas.

Segundo o médico-veterinário Carlos Costa, coordenador regional da Defesa Sanitária Animal (DAS) da Seab, em Paranavaí, os produtores devem efetuar o quanto antes a imunização. “É uma forma de evitar contratempos por causa de eventuais chuvas”, explicou. Segundo ele, as condições de tempo e de temperatura são favoráveis, o que facilita o processo para o produtor. Na campanha de maio, o prazo de vacinação teve que ser prorrogado por 10 dias, em função das chuvas, que dificultaram o trabalho no campo.

Costa acredita em vacinação de 100% dos rebanhos existentes em 8.887 propriedades rurais da região de Paranavaí, tal como aconteceu na primeira etapa da campanha, em maio último. No Estado, o índice de imunização chegou a 98,40% em relação ao rebanho de 10,5 milhões de bovinos e bubalinos. “Os pecuaristas paranaenses estão conscientes sobre a importância da manutenção da alto nível de sanidade bovina e bubalina. É uma questão econômica porque, se surgisse um só foco, todos seriam prejudicados”, acrescentou.

Economia

A doença está erradicada no Paraná há 9 anos e meio. A prevenção contra aftosa é uma questão econômica, acima de tudo. Por causa dessa privilegiada condição sanitária, as exportações de carne subiram, por exemplo, 70% entre o primeiro semestre de 2003 e o mesmo período de 2004. O Paraná é reconhecido pela Organização Internacional de Epizootias, com sede em Paris, como área livre de aftosa, com vacinação. Esta condição favorável abriu as portas às exportações paranaenses para exigentes mercados, tal como o europeu.

A doença reduz de 25 a 30% a produção de carne ou leite e a eventual ocorrência de um só foco provocaria prejuízos incalculáveis. Recentemente, houve a descoberta de casos isolados no Estado do Amazonas, distante mais de 3.000 km do Paraná. Foi o suficiente para a Rússia suspender as importações de carne bovina de todas as regiões do Brasil.

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