Pastor vai a Nampula para esclarecer morte de missionária

Brasília – O presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), pastor Walter Altmann, parte amanhã da cidade de Beira, no centro de Moçambique, para Nampula, no norte do país, para tentar obter informações sobre o assassinato da missionária gaúcha Doraci Julita Edinger, diaconisa da IECLB. Ele vai acompanhar também a autópsia do corpo, que deveria ter sido feita hoje no Hospital Central de Nampula, mas foi transferida para esta sexta-feira.

O pastor Walter Altmann está em Beira para um encontro anual de grupos que apóiam a Igreja Luterana, onde também encontraria a irmã Doraci. Desde o início de fevereiro, a missionária vinha manifestando ansiedade em conversar com o presidente da IECLB. ?No último telefonema, Doraci manifestou preocupação com sua segurança, mas não claramente. Depreendi que o trabalho dela era bastante exigente em termos de esforço físico e atribuí também à vontade de nos encontrarmos?, revelou o pastor Walter Altman.

Os familiares que vivem em Novo Hamburgo (RS) requereram o traslado do corpo de Irmã Doraci para o Brasil, mas ainda não há data prevista. O pastor entende que as circunstâncias criminais em que a irmã Doraci foi morta demandam tempo, mas espera que o motivo do crime seja esclarecido.

O administrador da IECLB, Helvino Pufal, também conversou com a missionária no início do mês e disse que apesar dela não mencionar o assunto, enfatizava a necessidade de falar com o pastor. ?Hoje entendo o porque da ansiedade de Doraci. Provavelmente ela sentia ameaça, medo, pelo ciúme ou raiva que despertava nas pessoas devido ao trabalho que fazia junto às comunidades carentes, de valorização da mulher. Ela era idolatrada na comunidades, estava incentivando a construção de escolas porque o analfabetismo lá é muito grande?, comentou Helvino Pufal.

A irmã Doraci foi encontrada morta, com indícios de violência sexual, em seu apartamento na cidade de Nampula, na última terça-feira, onde prestava serviços pastorais e sociais para comunidades pobres há 5 anos e deveria terminar o contrato de serviço no meio deste ano.

Voltar ao topo