Retorno adiado

Volta às aulas presenciais é suspensa no Paraná enquanto durar nova quarentena

Retorno das aulas estava previsto para segunda-feira (1ª), mas foi adiado. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

O decreto de “fecha tudo” no Paraná anunciado pelo governo nesta sexta-feira (26), e que passa a valer a partir da meia-noite do sábado (27) até, pelo menos, o dia 8 de março, suspendeu o retorno das aulas presenciais na rede pública estadual, que estava marcado para a segunda-feira (1º). O decreto traz medidas que paralisam atividades não-essenciais e limitam a circulação de pessoas das 20h às 5h nos 399 municípios do estado.

Os colégios já estavam preparados para a volta nesta segunda-feira (1.º). O decreto também determina a paralisação das aulas na rede particular de ensino. Há poucos dias, as atividades da Educação passaram a ser consideradas essenciais, mas as escolas fecham mesmo assim, por causa do agravamento da pandemia de coronavírus (covid-19). Em Curitiba, segundo Márcia Huçulak, as escolas municipais devem continuar no sistema híbrido, mas uma orientação deve ser publicada ainda nesta tarde.

Segundo o governador Ratinho Júnior, o momento atual de contágio da covid-19 em todo o estado exige cautela. Assim como as aulas que são consideradas essenciais, as academias, por exemplo, que também são consideradas essenciais vão ter que fechar. O governo explica que as medidas duras anunciadas em entrevista coletiva no Palácio Iguaçu servirão para aliviar a pressão na rede de Saúde, tanto a pública quanto a particular.

Para o governo, elas estão sobrecarregadas e com avanço intenso da pandemia, com os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Enfermaria para covid-19 com cerca de 94% de ocupação geral no Paraná. “Vivemos o pior momento desde que a pandemia começou em março do ano passado. Nossos gráficos de acompanhamento apontam para um colapso, caso o índice de contágio não diminua”, disse Ratinho Júnior.

Ainda de acordo com o governador, a avaliação dos números da pandemia é diário. “Temos uma equipe que avalia a curva com a previsão de 15 dias para a frente, para balizar as decisões. Nossa curva pessimista da previsão já foi ultrapassada pelo que vem sendo a realidade. Desde 10 de fevereiro, acendemos o alerta. Além disso, essa decisão de restringir a circulação só vai ter reflexo de uma a duas semanas para frente. As medidas evitam que os próximos 20 dias sejam piores”, apontou o governador.

Sobre as curvas de previsão futura de contágio da covid-19 e ocupação de leitos nas 399 cidades do Paraná, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, reforçou a fala de Ratinho Júnior sobre o “pior momento”. “Hoje, a nossa quantidade de pacientes que demandam internação é de 578 pacientes. De ontem para hoje cresceu 31%. Embora novos leitos estejam sendo abertos, se não tomássemos as medidas a rede de Saúde não iria suportar esse avanço crítico”, afirmou o secretário.

Apesar do aumento no risco atual de contágio e de colapso na rede, Beto Preto ainda mencionou o resultado positivo que tem sido alcançado desde que o toque de recolher, com horários que restringem a circulação de pessoas e venda bebida alcoólica, foi instaurado no Paraná. “Foi esta medida que nos trouxe até este momento. Se ela não houvesse, estaríamos em uma situação muito mais crítica. Além de segurar o contágio, também é importante porque a ocupação dos leitos de saúde que não da covid-19 registraram diminuição de ocupação. É o caso dos acidentes de trânsito na madrugada, violência. Isso alivia o estresse das equipes de saúde, o que é fundamental no combate da pandemia”.

Pouco antes dos oito dias do novo decreto de “fecha tudo”, uma reavaliação será feita pelo governo para suspensão ou prolongamento das medidas. A volta às aulas da rede estadual e autorização de reabertura da rede privada ficam atreladas à nova decisão. “Quem puder ficar em casa e deixar de circular, que o faça”, finalizou Beto Preto.