Violência contra idosos é tema de debates em Curitiba

Todos os anos aumenta em média 30% a quantidade de denúncias de violência contra idosos no Paraná. Entra ano, sai ano, o tipo de violência se repete: maus tratos dentro de casa, violência psicológica, filhos e parentes que se apoderam do dinheiro do idoso, entre outros. Ontem foi o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência Contra a Pessoa Idosa e um evento em Curitiba marcou a data.

Durante a manhã, várias lideranças no setor participaram de palestras e debates na Biblioteca Pública e, por volta do meio-dia, alguns idosos distribuíram panfletos informativos na Boca Maldita.

Esse aumento de 30%, no entanto, pode ser ainda maior. Como explica o presidente do Conselho Estadual do Idoso do Paraná, Bohdan Metchko Filho, muita gente ainda não denuncia.

E como a maior parte da violência contra os idosos ocorre dentro das residências, fica ainda mais difícil descobri-la. “Temos essa dificuldade porque, muitas vezes, o próprio idoso se sente constrangido de denunciar alguém da sua família”, comenta.

Para ele, é necessário que sejam criadas cada vez mais políticas públicas sobre o tema, o que é viabilizado com mais facilidade pelos Conselhos Municipais. Porém, dos 399 municípios do Paraná, apenas 150 possuem Conselhos do Idoso.

O mais recente é o de Cambará, no norte do Paraná, viabilizado graças ao esforço de Isabel Olivato, que trabalhou muito tempo com professores aposentados. “Temos muitas denúncias de maus tratos e abandono, então era preciso implantar políticas por meio de um conselho”, afirmou.

Na opinião a promotora do Centro de Apoio às Promotorias de Defesa dos Direitos do Idoso, Rosana Beraldi Bevervanso, é preciso melhorar muito nas políticas públicas.

“O Estatuto do Idoso foi um marco. Porém ainda falta o poder público tomá-lo nas mãos e cumpri-lo”, afirmou. Segundo ela, um exemplo da falta de ação do poder público é o asilamento. “É necessário que se discutam políticas que tragam alternativas ao asilamento”, comentou.

Outro problema, na visão de Rosana, é a falta de políticas para tratamento de dependentes químicos. “Muitos casos de agressões a idosos se dão por jovens com problemas com drogas”, observa.

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