Via Campesina faz protesto em fábrica da Fosfertil

Cerca de 700 integrantes da Via Campesina, do Comitê em Defesa dos Pequenos Agricultores e dirigentes de entidades da agricultura familiar fizeram nesta quinta-feira uma manifestação em frente à fábrica da Fosfertil e na BR-476, que teve o tráfego interrompido por cerca de meia hora em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.

Eles querem a reestatização da empresa, privatizada há 15 anos, a quebra do controle das transnacionais sobre os alimentos e fertilizantes e uma nova política de financiamentos para a agricultura familiar. Os manifestantes não permitiram a troca do turno da manhã.

O protesto faz parte da Jornada de Luta contra o Agronegócio e em Defesa da Agricultura Camponesa. A Fosfertil tem como principal acionista a Bunge que, segundo a Via Campesina, controla 52% da produção de fertilizantes no Brasil. "Em mãos das transnacionais, o controle da produção e distribuição dos fertilizantes aumenta o preço dos alimentos básicos, o que no início de 2008 incendiou protestos nos cinco continentes", informou uma nota do movimento.

Também em nota, a Fosfertil afirmou que o motivo alegado para a manifestação e o impedimento da entrada dos funcionários seria unicamente o alto preço dos fertilizantes. "A Fosfertil considera que ações desse tipo, sem qualquer ligação com a empresa ou com seus empregados, ferem os princípios de liberdade individual e colocam em risco a segurança das pessoas e da comunidade.

"Segundo a empresa, as ações impedem o atendimento ao mercado e "vão contra o suposto objetivo do movimento que seria melhorar a oferta de fertilizantes para a agricultura brasileira.

Syngenta

Em Santa Teresa do Oeste, a 520 quilômetros de Curitiba, no oeste do Paraná, diretores da Syngenta Seeds retomaram hoje a posse do centro de pesquisa que estava ocupado por trabalhadores sem-terra. A retirada das pessoas que ainda permaneciam no local foi negociada pelo governo do Estado. As últimas famílias permaneciam na propriedade para realizar a colheita dos produtos de consumo que tinham plantado.

O centro de pesquisa foi ocupado pela primeira vez em março de 2006. Quase um ano e meio depois, os sem-terra saíram pacificamente, mas logo a retomaram. Uma nova ordem de reintegração, então, foi cumprida pelo Estado. Mas em outubro do ano passado, durante outra invasão, houve confronto com vigilantes que resultou na morte de um segurança e de um sem-terra.

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