Polêmica

Vereadores tentam medidas para reduzir a tarifa do transporte

Os vereadores de Curitiba usaram a sessão da Câmara desta terça-feira (11) para tentar encontrar medidas para frear o aumento da tarifa do transporte coletivo, que passou de R$ 2,70 para R$ 2,85. De acordo com Bruno Pessuti, relator da CPI do Transporte Público, existem três pontos que ainda podem ser enxugados no custo da passagem.

“Retirando o fundo assistencial, o imposto de renda das empresas e a taxa de risco dos ônibus híbridos seria possível reduzir a tarifa técnica em até R$ 0,14”, disse comentou o parlamentar. Para Pessuti, é importante que a tarifa técnica, que hoje está em R$ 3,18, também seja reduzida. “Existe uma diferença entre o preço pago pelas pessoas e o custo real, que é mantida com subsídio do poder público. Neste ano, pagou-se R$ 150 milhões de subsídio”, ponderou.

O vereador considerou que se o subsídio fosse mantido, as reduções na tarifa técnica propostas pela CPI do Transporte poderiam baixar para R$ 2,54 o preço cobrado do usuário.

Tarifa técnica

Durante entrevista ao Paraná TV, nesta terça, Fruet afirmou que a tarifa técnica de R$ 3,18 estará defasada em fevereiro quando um novo reajuste deve acontecer. De acordo com ele, o valor deve fica em torno de R$ 3,40, mas que o usuário do serviço deverá pagar menos.

O prefeito comentou que o valor final da tarifa depende de três fatores: subsídio do governo estadual, que atualmente está em R$ 7,5 milhões mensais; taxa de reajuste dos salários de motoristas e cobradores; e inflação do período.

Passe Livre

Membros do Movimento Passe Livre estiveram na Câmara Municipal, onde penduraram faixa contra o reajuste do preço da tarifa e entregaram uma carta aos parlamentares. O documento foi lido em plenário pelo vereador Jorge Bernardi (PDT), presidente da CPI do Transporte, que destacou a presença em plenário da ativista Luana Cristina Martins. Depois, o grupo foi à Prefeitura.

A “Carta Aberta em Repúdio ao Tarifaço Nacional” diz que o Movimento Passe Livre defende “o congelamento do valor”, única medida “capaz de garantir justiça ao pleito dos trabalhadores”. Prevendo manifestações de rua, a carta também adianta que os movimentos sociais “não aceitarão mais repressão violenta do Estado”.

Luta pelo transporte

A Frente de Luta pelo Transporte solicitou nesta terça uma audiência com o prefeito Gustavo Fruet. O grupo indica que é preciso rever os relatórios da CPI do transporte, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e sindicatos antes de reajustar a tarifa.

De acordo com o movimento, as investigações apontam que a tarifa técnica do sistema de transporte curitibano estaria em R$ 2,25. Para discutir a questão, uma reunião popular está marcada para às 18h, na Praça Santos Andrade, no Centro.