Vereador aponta 102 ônibus irregulares

O vereador de Curitiba Adenival Gomes (PT) deve apresentar na tribuna da Câmara Municipal denúncia apontando que 8,1% da frota de ônibus da capital estaria circulando com a vida útil vencida. Segundo o vereador, dos 1.268 veículos que circulam na capital, 102 estariam funcionando de maneira irregular. Algumas empresas, aponta ele, chegam a registrar até 30% da frota com vida útil vencida. A presidente da Urbs (empresa que gerencia o transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana), Yára Eisenbach, não confirma o índice.

A denúncia que chegou ao gabinete do vereador foi feita pelo aposentado Luiz Roberto de Christan, que foi motorista de ônibus em Curitiba durante nove anos. “Ainda hoje (ontem) peguei um ônibus biarticulado que estava com a janela traseira de emergência caindo”, aponta. Segundo ele, o problema de ônibus circulando depois de vencida a vida útil é antigo. “Há anos a gente vem brigando por isso. Existem carros que, se a gente freia, sai para um lado ou para outro.” Para o motorista aposentado, deveria haver uma associação de usuários de transporte coletivo para verificar todas as irregularidades. “Acredito que 10% da frota esteja com problemas”, diz.

Surpresa

O vereador Adenival Gomes conta que, mediante a denúncia, protocolou ofício no dia 9 de junho pedindo explicações à Urbs. No dia 1.º de julho, foi redigida a resposta, entregue ao vereador na semana passada. “Para a nossa surpresa, 8,1% da frota de Curitiba está rodando com a vida útil vencida”, afirmou o vereador. A média de vida útil de um ônibus é dez anos, com exceção do Ligeirinho, que é oito. Segundo ele, algumas empresas, como a Água Verde, estaria com 30% da frota comprometidos: dos 104 veículos, trinta deveriam ter sido substituídos. Na empresa Mercês, 16 dos 54 carros estariam na mesma situação. Na Nossa Senhora da Luz, seriam 21 dos 104 veículos, e no Carmo, onze dos 115. Outras carros irregulares seriam da Glória (nove dos 188), Cristo Rei (quatro dos 103), Redentor (sete dos 232) e Sorriso (quatro dos 200). Na Marechal e Curitiba não foram registrados veículos com vida útil vencida.

“Uma parte da tarifa vai para renovação da frota. Para onde está indo este dinheiro?”, questionou o vereador. Segundo ele, ainda foi definido o que deverá ser feito a partir desses números.

Urbs

A presidente da Urbs, Yára Eisenbach, negou os índices apresentados pelo vereador. “Não sei de onde ele tirou esses números”, declarou. Segundo ela, parte da frota dos biarticulados começou a ser substituída: foram 37 até agora. “Curitiba jamais deixou a frota caindo aos pedaços”, disse. De acordo com Yára, a substituição é feita gradativamente, para não trazer impacto na tarifa de ônibus. “Não estamos descumprindo nenhuma regra ou lei”, acentuou.

Sobre o preço da tarifa, 47% corresponde a gastos com pessoal, 24% com combustível, 14% com capital (depreciação), 11% com acessórios e 4% com lubrificantes e rodagem.

Segundo a Urbs, a frota de Curitiba e Região Metropolitana, incluindo os metropolitanos não integrados, é de 2.580 ônibus. Apenas em Curitiba, são 1.550.

Voltar ao topo