Vândalos atacam no Parque dos Tropeiros

O Parque dos Tropeiros, localizado na Cidade Industrial de Curitiba, está sendo alvo de vândalos. Eles levam a fiação elétrica de banheiros, dos postes e também de caixas para o fornecimento de luz para eventos em áreas abertas. Além disso, quebram vidros dos salões e tiram as louças dos sanitários, o que forçou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smma) a trancar os locais com cadeado.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) denuncia que o lugar também é palco para o consumo de drogas. De acordo com a entidade, esse quadro é agravado pela falta de guardas municipais no parque.

O diretor de informações do Sismuc, Michel Deolindo, explica que uma comissão visitou o parque três vezes para constatar o vandalismo. As instalações estão sendo saqueadas e destruídas por pessoas das próprias comunidades da região. Três dos quatro banheiros do parque foram destruídos. As telhas foram trocadas e algumas pichações ainda resistem. Para que não sejam levadas, as louças de um dos banheiros foram retiradas e os outros sanitários permanecem trancados com cadeados durante a semana. Eles são abertos somente nos dias de visitação (sábado, domingo e feriados).

O problema acontece depois das 18h, quando o parque é fechado. Um funcionário tranca os portões com cadeados neste horário. Como não há guardas fazendo rondas e fiscalizando o patrimônio, os vândalos entram para roubar e consumir drogas. “Existe um posto da Polícia Militar dentro do parque, mas ele não interage com a Guarda Municipal. Não existem guardas no parque. O patrimônio está abandonado”, afirma Deolindo.

O diretor conta que, enquanto existia a parceria entre uma organização não governamental e o parque, vários eventos eram promovidos e os problemas de vandalismo não aconteciam. Depois da saída da entidade, os ataques se tornaram freqüentes. “Toda estrutura está ociosa. A única exceção é um salão grande que está abrigando provisoriamente um centro de educação PIA”, comenta. O vandalismo acontece à noite, depois que os funcionários da Smma deixam o local. Durante o dia, fiscais da secretaria e os próprios funcionários acompanham o que ocorre dentro do parque, afugentando os criminosos.

Segundo Deolindo, os servidores estão inseguros e assustados com essas ações. Além disso, há cerca de três meses foi encontrado um corpo em frente ao Parque dos Tropeiros, o que evidencia a violência na região.

Polícia Militar ou Guarda Municipal?

O capitão Márcio Fonseca, comandante do 1.º Esquadrão de Polícia Montada, explica que o destacamento hipomóvel do regimento está sediado dentro do parque para auxiliar a Polícia Militar na fiscalização dos bairros próximos ao local. De acordo com ele, os problemas de segurança do parque são de responsabilidade da Guarda Municipal, que deve proteger o patrimônio da cidade. “Se houver qualquer situação que necessite da polícia, ela deve atuar. Os policiais saem com os cavalos para os bairros próximos e apenas um fica no posto. Por ser uma área muito grande, alguns locais ficam sem visibilidade do nosso posto. Os vândalos aproveitam dessa situação”, afirma. Para o capitão, a ação dos marginais indica uma falta de respeito com a polícia, pois eles cometem atos mesmo com a presença próxima de policiais. “Isto mostra o quanto a população daquela região é complicada. Temos um posto de polícia montada no parque porque existe a dificuldade de acesso nesses bairros”, declara.

Já a Prefeitura de Curitiba disse que a responsabilidade de segurança no local é da Polícia Militar. Isso, segundo a Prefeitura, foi firmado em um acordo com o governo estadual em 2001. Inaugurado em 1994, o Parque dos Tropeiros tem uma área de 174 mil metros quadrados. Foi criado para homenagear a história dos tropeiros que passavam pelo Paraná. Possui arena para rodeios, espaço para camping, salão de apresentações com palco, salão de dança e churrasqueiras. (JC)

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