Vacinação lota os postos de saúde em Curitiba

Os postos de saúde ficaram lotados ontem. Os pais queriam garantir a imunização das crianças contra a paralisia infantil, doença que já foi erradicada nas Américas, mas ainda preocupa em quatro países do mundo. Em Curitiba a meta era vacinar 95% da população com menos de cinco anos, ou seja, cerca de 124 mil crianças. O vice-prefeito e secretário municipal de Saúde, Luciano Ducci, abriu a campanha num posto de saúde do bairro Cajuru.

Edite da Rocha levou a neta de 2 anos logo cedo ao posto de saúde. "A doença só foi erradicada devido às campanhas. Eu sei a importância que a vacina tem para manter a poliomielite bem longe", explica. Elíneia Dias Costa, mãe de um bebê de 18 meses, concorda. "Vim para prevenir a saúde do meu filho, assegurar que ele não vai ter problemas mais tarde. Se a gente tem a oportunidade, tem que aproveitar", diz. Delta Veiga tem uma filha de 10 meses e também reconhece a importância das gotinhas. "Todos os postos têm vacina. Não há dificuldade alguma. Não tem desculpa para não vir vacinar", comenta.

O clima de festa empregado nas campanhas também ajudou os pequenos a perder o medo. Muitas acabam associando enfermeiros e médicos a algum tipo de dor. "Tem a presença do Zé Gotinha, bexigas, música, eles ficam mais descontraídos", fala Marilda Moreti, mãe de um garoto de 3 anos.

Em Curitiba a população encontrou à disposição 290 pontos de vacinação, sendo 110 em unidades de saúde. Nestes locais, os pais ainda tinham a chance de manter em dia outras vacinas das crianças, as que já tinham vencido e até as próximas a serem tomadas.

A diretora de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Karin Regina Luhm, diz que a paralisia infantil foi erradicada nas Américas graças a adesão da população. Agora a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) é erradicar a doença do resto do mundo. Apenas quatro países ainda registram casos: a Índia, Nigéria, Paquistão e Afeganistão.

Quando se vacina 95% das crianças é como se vacinasse o meio ambiente. A proteção se estende para todos. "Precisamos manter a doença erradicada do nosso meio. Ainda existe risco que ela volte devido à grande circulação de pessoas pelo mundo todo", reforça Ducci.

No Dia Nacional de Vacinação, a Prefeitura também aproveitou para fazer uma pesquisa com sete mil crianças de todas as camadas sociais, avaliando o estado nutricional. Os pequenos foram medidos e pesados, e os pais responderam perguntas sobre alimentação. Segundo Karin, o resultado sai em agosto e os estudos vão ajudar na elaboração de políticas públicas.

No Paraná, a meta era vacinar 911,6 mil crianças, e no País, 17 milhões. Para atender a demanda foram disponibilizadas 26,6 milhões de doses, totalizando um investimento de R$ 10,1 milhões por parte do governo federal.

A poliomielite ou paralisia infantil é uma doença infecciosa e altamente contagiosa. Ela afeta o sistema nervoso central e leva a pessoa a ter paralisia com deformidades, podendo chegar à morte. Há 17 anos o País não registra nenhum caso. Mas a doença já foi de alta incidência, e em anos anteriores, deixou centenas de pessoas com deficiência física. 

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