UTI neonatal permanece fechada no HU de Londrina

Desde a semana passada, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital Universitário (HU) de Londrina está interditada. Segundo a presidente da Comissão de Controle de Infecção, Cláudia Carilho, a superlotação da unidade favoreceu o aparecimento de uma bactéria multiresistente, que já contaminou cinco crianças. Embora a diretora executiva da Secretaria Municipal de Saúde, Marlene Zucoli, garanta que a situação no município está sob controle, não deixa de ser delicada. No início deste mês, o Hospital Infantil perdeu cinco leitos e agora o Hospital Evangélico está superlotado.

Segundo Marlene, o problema no HU ocorreu porque em janeiro o Hospital Infantil, que tem a Santa Casa como mantenedora, perdeu cinco leitos de UTI credenciados pelo Sistema Único de Saúde. Os médicos estavam insatisfeitos com a remuneração. Com isso ocorreu a lotação no HU, favorecendo o aparecimento da bactéria.

Mas para o promotor de Justiça e Defesa da Saúde Pública, Paulo Tavares, a superlotação do HU não é decorrente apenas do problema com o Hospital Infantil. Ele afirma que, há anos, a cidade carece de leitos de UTI, já que atende toda a 17.ª Regional de Saúde, que tem 20 municípios. Ele entrou com uma ação civil pública na Justiça em 2004 pedindo a ampliação das UTIs, mas não obteve êxito.

Em 2006 entrou com outra ação que está para ser julgada. Segundo ele, hoje a cidade tem apenas 19 leitos, sendo cinco no Hospital Infantil, sete no HU e sete no Evangélico, que agora está tendo que operar além da sua capacidade.

Cláudia concorda com o promotor e diz que a UTI vive lotada há muito tempo. A unidade neonatal tem capacidade para sete crianças e hoje atende a dez. A Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) tem 10 vagas. Todos os leitos estão ocupados.

Contaminação

Até agora, cinco crianças foram infectadas pela bactéria no HU. A interdição vai durar até que o foco esteja controlado. Não há previsão de quanto tempo vai demorar. Segundo Cláudia, os bebês estão recebendo antibióticos e apresentam um quadro estável de saúde. Também já foram tomadas todas as medidas necessárias para o controle da infecção dentro da unidade.

Marlene diz que o município está tomando várias medidas para que a cidade volte a oferecer maior número de leitos. Desde ontem, o convênio feito com o Hospital Infantil – que reforça os salários dos médicos especialistas – subiu de R$ 18 mil para R$ 39 mil. Ela espera que em breve o hospital volte a oferecer os leitos que foram fechados. ?A situação está sob controle, mas não pode-se dizer que não vai haver a falta?, comenta.

A diretora executiva da SMS fala ainda que desde julho do ano passado o município vem fazendo uma auditoria nos leitos de UTI da cidade e orientando a sua ocupação. Para ela, a medida vem trazendo resultados positivos, mas há momentos em que ocorrem picos de procura. A Prefeitura está estudando a instalação de novos leitos.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a responsabilidade pelo gerenciamento dos leitos de UTI é da própria Prefeitura, porque o órgão recebe diretamente os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, a Sesa está oferecendo suporte e orientação, além de colocar à disposição a Central de Regulação de Leitos. 

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