Estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e representantes de entidades estudantis se reuniram ontem, em Curitiba, para determinar mobilizações contra o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), que faz parte da estrutura da reforma universitária. Os estudantes são contrários ao modelo de estruturação que o Ministério da Educação (MEC) está adotando no ensino superior no País. Os alunos envolvidos são dos cursos de Serviço Social, Educação Física, Farmácia, Enfermagem e Fisioterapia.
A representante nacional estudantil da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, Daniela Möller, explica que muitos estudantes boicotaram o Enade, atitude deliberada nacionalmente. De acordo com ela, foram colocados adesivos nas provas informando o boicote. Mas a ação não foi levada em conta pelo MEC. ?O ministério elaborou um relatório sobre a prova e não tem nenhuma citação de boicote. As notas baixas são divulgadas sem a contextualização?, comenta.
Daniela revela que isso tem gerado pressão por parte das universidades, que estão impondo sanções aos alunos que não fizeram a avaliação. ?As notas baixas afastam futuros candidatos das instituições. O Enade é para fazer ranking e tem um caráter punitivo. Muitos são impedidos de entrar em sala de aula, ameaçados de não ganhar o diploma de conclusão?, conta.
As entidades estudantis são contra a reforma universitária e a maneira com que está sendo conduzida pelo governo federal. ?Dizem que houve debate, mas não. A sociedade precisa saber dessa resistência. Por isso estamos fazendo uma agenda de mobilizações. A primeira acontece no próximo dia 27, na Rua XV de Novembro?, anuncia Daniela.