Universidades estaduais querem reposição salarial

As universidades estaduais do Paraná iniciaram ontem protestos em defesa de melhores condições de trabalho, concurso público e por reposição salarial. A paralisação foi a forma que os docentes encontraram para reivindicar. Evaristo Colman, representante da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Londrina (Aduel), entende tudo isso como um exercício. "É um treinamento de unificação e mobilização entre os docentes de todo o Estado", afirma. Porém, nem todas as instituições começaram no mesmo ritmo.

Na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) a adesão às atividades começa intensa. "A gente conseguiu paralisação quase total, até cursos que não imaginávamos que iriam aderir e um apoio grande dos estudantes", informa a professora Sandra Lourenço.

Já na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) as aulas foram dadas normalmente. Os dois primeiros dias da manifestação na UEPG são de atividades de mobilização. A paralisação, de fato, ocorre somente amanhã, quando haverá assembléia, como informa o representante dos professores em Ponta Grossa, José Rosa Gomes.

Luiz Fernando Reis, representante da categoria da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), informou que a paralisação nos cinco campi também conta com o total apoio por parte dos docentes. "Não haverá aula e somente na sexta-feira a gente retoma as atividades. Infelizmente temos de parar porque cansamos do governo dizer que está analisando e nunca apresentar uma proposta concreta", afirma. E faz um alerta: "ficamos dois anos e meio tentando conversar com o governo. Nossa paciência se esgota no final do semestre. Já temos até data indicativa de greve para o início do segundo semestre".

O clima também é de preparação para manifestações mais intensas na Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde a adesão dos docentes foi quase total. "O Estado se mantém inflexível e soltou uma nota ameaçando cortar o ponto e tudo mais. Estamos nos preparando para um enfrentamento mais duro: greve e outras manifestações políticas", afirma Colman, que diz ainda que a paralisação não tem o apoio da administração da UEL.

Descontos

O governador Roberto Requião (PMDB) afirmou ontem que vai descontar os dias parados e descanso semanal remunerado dos professores que pararem. A Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap) também já tem um grupo que trabalha a correção da questão salarial e, portanto, considera-se a atitude dos docentes como irresponsabilidade que pode prejudicar as demais categorias de servidores públicos. Hoje, às 14h, a secretária de Estado da Administração e Previdência, Maria Martha, atenderá os representantes da universidades para tratar dos Planos de Cargos e Carreiras (PCCS).

Voltar ao topo