UFPR Viva em defesa da universidade

Representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Sindicato dos Servidores do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), da Fundação da UFPR (Funpar) e da Associação dos Professores da UFPR (APUFPR) realizaram ontem, na Praça Santos Andrade, em Curitiba, o lançamento da campanha UFPR Viva, que tem como objetivo promover ações em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.

Os participantes, munidos de faixas e cartazes, fizeram três reivindicações básicas para a manutenção do ensino superior de qualidade dentro da UFPR: aumento de vagas para professores, contratação imediata de professores efetivos e servidores técnico-administrativos, além de ampliação do repasse de recursos federais para a instituição.

Segundo a reitoria da UFPR, em 2004 haverá uma carência de cerca de quinhentos docentes efetivos dentro da instituição. Devido à reforma tributária, 88 professores se aposentaram desde o início deste ano. Para o ano que vem, a previsão é que mais 135 aposentadorias sejam efetuadas. Dos 1.775 professores hoje em atividade na instituição, 336 são substitutos.

“O contrato dos professores substitutos é precário, não podendo ser renovado por mais de dois anos”, comenta a presidente da APUFPR, Maria Suely Soares. “Além disso, eles ganham salários muito baixos – cerca de R$ 300,00 – pela função que exercem. Precisamos urgente de concursos públicos para a contratação de professores.”

Em 1993, as universidades públicas brasileiras contavam com 48.700 professores. Hoje, são 41 mil. Em 2001, os servidores públicos federais organizaram uma greve e conseguiram que o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, prometesse 4 mil vagas para as universidades. Até agora, apenas 250 foram liberadas, número considerado insuficiente para atender as carências das instituições.

Dívidas

A UFPR deve fechar este ano com uma dívida de R$ 2,7 milhões, grande parte dela com a Copel. Para o ano que vem, existe a possibilidade de recebimento de uma verba de R$ 2,455 milhões por meio da Emenda Andifes. “O valor permitiria que entrássemos no ano de 2004 com uma dívida de cerca de R$ 380 mil, porém há boatos de que o valor da emenda não será repassado integralmente e estamos muito preocupados”, afirmou o reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior. “Para que possamos nos manter e continuar a prestar um serviço de qualidade, necessitamos de um aumento no repasse das verbas.”

A previsão é de que a emenda disponibilize R$ 62 milhões de verba federal às instituições públicas de ensino superior.

PUC também enfrenta problemas

Não são apenas as universidades públicas que estão em crise. Esta semana, a Pontifícia Universidade Católica (PUC), a mais tradicional instituição privada de ensino superior do Paraná, anunciou que deve pôr em prática um plano que prevê a redução de despesas.

Esse plano inclui a demissão de cerca de 8% dos 1.453 professores em atividade, a diminuição do número de turmas e o aumento da quantidade de alunos por turmas. Segundo o vice-reitor da PUC, João Oleynik, uma das causas da crise é evasão de alunos, em razão da expansão dos cursos e instituições de ensino superior verificada na capital paranaense no últimos anos. Outras causas seriam a inadimplência e a perda do poder aquisitivo da população.

A universidade também deve reavaliar o projeto de colocar o campus de Maringá em funcionamento a partir de 2004. Para tomar a decisão, será aguardado o fim do período de inscrições para o vestibular no novo campus.

Pró-Reitores em Fórum Nacional

Além da manifestação dos estudantes da UFPR, também aconteceu no hotel Lancaster, em Curitiba, o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Administração e Planejamento. Participaram cerca de oitenta pró-reitores de universidades federais brasileiras e representantes do Ministério da Educação (MEC). Os participantes discutiram, entre outros temas, os modelos para alocação de pessoal na Instituição Federal de Ensino Superior (Ifes) e para a alocação de recursos orçamentários. Entre outras coisas, falaram sobre planejamento, emendas de custeio e compartilharam experiências de redução de cursos. O evento encerra-se hoje.

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