Trocas de silicone com defeito serão feitas pelo SUS

As pacientes que tiverem problemas com as próteses de silicone da marca Poly Implants Protheses (PIP) no estado do Paraná não precisam mais se preocupar a respeito da responsabilidade da troca. A Secretaria de Estado da Saúde (SUS) garante que as cirurgias reparadoras serão executadas e custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida vale para as pacientes que tenham feito o implante por meio de atendimento privado. Já no caso daquelas que realizaram o procedimento com planos de saúde, a responsabilidade será das próprias operadoras.

De acordo com nota técnica do Ministério da Saúde, publicada na última quinta-feira (19), as mulheres que apresentarem rupturas nas próteses ou histórico de câncer de mama na família terão prioridade. “Como essa marca apresentou problemas, o ideal é que todas as pacientes que a tenham utilizado procurem seu médico para realizar um exame e verificar se a prótese está íntegra. Se estiver inteira, não há necessidade de cirurgia, mas caso esteja rota, a orientação é de que o procedimento seja feito o quanto antes”, explica o tesoureiro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Paraná, Renato da Silva Freitas.

Mesmo que o implante de próteses tenha sido feito por motivos estéticos, caso haja necessidade comprovada de substituição, convênio e SUS vão tratar o procedimento como cirurgia reparadora. No entanto, somente pacientes que utilizaram próteses da PIP terão direito de trocar as próteses sem ter que arcar com os custos. No Paraná, 2.084 próteses da PIP foram comercializadas desde 2002, de acordo com a Vigilância Sanitária Estadual. Não há qualquer revendedora de próteses da outra marca que havia apresentado problemas, a Rofil, no estado.

Para ter direito à cirurgia reparadora custeada pelo convênio ou pelo SUS, além de realizar o exame para verificar a necessidade, a paciente também deve apresentar o certificado da prótese para comprovação da marca. O próprio exame necessário para identificação de ruptura – ressonância magnética – poderá ser realizado pelo SUS, segundo o superintendente de Gestão de Sistemas de Saúde da Sesa, Paulo Almeida.

A secretaria, entretanto, ainda não tem uma avaliação de quantos procedimentos serão necessários. “Como a maioria dos implantes foi feito de forma particular, ainda não temos noção da demanda. Mas já estamos trabalhando para ampliar a oferta de procedimentos no estado, pois atualmente as cirurgias reparadoras do SUS são feitas somente em casos de queimadura ou câncer”, comenta. Para ele, este já é um caso de “problema de saúde pública”. Para ter direito à cirurgia reparadora pelo SUS, a paciente deve fazer um cadastro na Ouvidoria Estadual, cujo número de contato é 0800 644 4414.