Transporte rodoviário em debate

Problemas relacionados ao setor de transporte rodoviário serão discutidos até amanhã, em Curitiba, durante a Conferência Internacional de Transportes e Comunicações. O evento, que acontece no Hotel Nikko, conta com a participação de cerca de oitenta pessoas, entre representantes de entidades da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.

“O objetivo é a troca de informações”, diz o diretor do Instituto Internacional de Estudos e Capitação do Sul (Incasul), Ramón Ermácora. No Brasil, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol), João Batista da Silva, um dos principais problemas são os transportadores piratas, que acabam contribuindo para o aumento do número de pessoas desempregadas no setor.

A situação é verificada principalmente no Estado de São Paulo, onde um número grande de perueiros e motoboys trabalha com transporte de passageiros sem estar habilitado para isso.

No Paraná, é comum ver motoboys atuando como mototáxistas em vaárias cidades. Em todas as regiões, encontram-se lotações não autorizadas realizando transporte escolar. O mesmo acontece com ônibus de turismo clandestinos. “Além de tomarem espaço das pessoas habilitadas a trabalhar com transporte de passageiros, os veículos de transportes alternativos piratas costumam se envolver em muitos acidentes”, afirma João Batista. “Geralmente, eles não passam por manutenções constantes e colocam em risco a vida das pessoas que carregam.”

A existência de transportes piratas também contribui para o encarecimento da passagem do transporte coletivo. Em todo País, o valor das tarifas é determinado pelo Índice de Passageiro por Quilômetro (IPK). Sendo assim, quanto maior o número de passageiros menor é o valor da passagem.

Tecnologia

A tecnologia, na opinião do presidente do Sinttrol, ao invés de gerar benefícios, muitas vezes traz preocupações ao setor. “Acreditamos que a automatização não traz benefícios nem para os passageiros, já que o valor das passagens não será diminuído, nem para os motoristas, que não desfrutarão de melhores condições de trabalho, e muito menos para os cobradores, que serão demitidos”, afirma João Batista. “A presença do cobrador garante maior segurança aos passageiros. Ele é um auxiliar direto do motorista.”

No que diz respeito ao transporte de cargas, os participantes citam a má conservação das rodovias e os altos valores do pedágio, que prejudicam principalmente os condutores autônomos. O evento é voltado a dirigentes sindicais de organizações filiadas à Confederação Latino Americana de Trabalhadores em Transportes e Comunicações (CLTTC) e coligadas. (Cintia Végas)

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