Trabalhadores em festa na capital paranaense

O Dia do Trabalho foi bastante comemorado em Curitiba. Em diversos locais da cidade, foram rezadas missas em homenagem aos trabalhadores e promovidas caminhadas. No Centro Cívico, a Força Sindical realizou uma ampla programação. O que chamou mais a atenção dos participantes foi uma celebração religiosa comandada pelo padre Reginaldo Manzotti, da paróquia Nossa Senhora do Guadalupe.

?Primeiro de maio é um dia voltado à reflexão. Devemos pensar a respeito de todas as conquistas que os trabalhadores tiveram ao longo dos últimos anos e sobre as batalhas que eles ainda têm pela frente. É um momento para se discutir com maior profundidade a empregabilidade, os acidentes de trabalho, as questões salariais, entre outros assuntos?, disse o diretor de mobilização da Força Sindical, Nelson Silva de Souza.

Durante o evento religioso, muitas pessoas rezavam pelo fim do desemprego de amigos e parentes. Era o caso da dona de casa Etelvina Pereira França e de seu filho, o pizzaiolo Gilson França de Souza. ?Vim à missa para pedir a Deus que ajude minhas filhas, de 18 e 29 anos, a encontrarem trabalho. As duas estão desempregadas há meses e enfrentando dificuldades. Peço que elas tenham força e saúde?, comentou.

Já o diretor comercial Hélio Ramos agradecia pelo próprio trabalho e pedia pela manutenção da atividade. ?Meu trabalho é bom e eu não tenho do que me queixar. Vim pedir a Deus para que tudo continue em paz e para que minha atividade profissional e o emprego de meus familiares sejam abençoados a cada dia?, afirmou.

Durante a celebração, foi realizada bênção de carteiras de trabalho e currículos. Após o término, as pessoas que compareceram ao Centro Cívico (cerca de 200 mil) puderam assistir a uma série de shows e participar de sorteios de prêmios. Às crianças, foi reservada uma área com brinquedos. O público também realizou doações de alimentos, a serem entregues a entidades beneficentes do Paraná, através do Provopar.

Romaria

No Sítio Cercado, na praça da paróquia São José, muitas pessoas se reuniram para participar da décima sexta edição da romaria do trabalhador. Após cantar e rezar, os presentes saíram da praça em caminhada de quatro quilômetros até a igreja São Pedro Apóstolo, no Xaxim. ?O objetivo da romaria é celebrar as lutas e conquistas dos trabalhadores?, declarou o padre responsável pela paróquia São Pedro, Flávio Luciano. O movimento foi organizado pela Pastoral Operária e Comissão dos Movimentos Sociais de Curitiba.

Corrida rústica para diversos atletas

Lucimar do Carmo
Largada aconteceu na Praça Nossa Senhora da Salete, no bairro Centro Cívico.

Cerca de oitocentos atletas profissionais e amadores de Curitiba abriram mão do descanso do Dia do Trabalho e acordaram cedo para participar da 8.ª Corrida Rústica do Trabalhador. A largada aconteceu na Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico. Foram percorridos dez quilômetros, passando pelo bairro Bacacheri e retornando à região central.

?A corrida foi uma opção de lazer neste feriado. Com ela, queremos mostrar que trabalho e qualidade de vida, conquistada através da prática de esportes, andam juntos. Nossa intenção é incentivar as pessoas a deixarem a preguiça de lado e se tornarem mais saudáveis?, disse o presidente da Força Trabalhista do Paraná e coordenador da corrida, Walter Cézar.

Entre os corredores, havia pessoas de todas as idades. Algumas eram veteranas no esporte. Outras se diziam iniciantes. ?É a primeira vez que participo desta corrida. Não tenho a intenção de ganhar, mas apenas de conseguir completar o percurso, seja no tempo que for. Isto, para mim, já é uma vitória?, contou a professora Olga Estela Macanhão, de 40 anos. Ela começou a praticar corridas há um ano e meio e costuma treinar três vezes por semana.

O microempresário Vilson Ferreira, de 52 anos, era um dos atletas mais antigos. Ele participou da primeira edição da corrida e realiza o esporte há vinte anos. ?Correr é bom para a mente e para o corpo. Corro quinze quilômetros todos os dias. Nunca fiquei doente e tenho muita disposição para realizar minhas atividades cotidianas.?

Cadeirantes

A corrida teve dois destaques: Rosélio Aparecido Pereira, de 33 anos, e Ezequiel Eli Pinheiro da Rosa, de 36. Portadores de necessidades especiais, eles realizaram o percurso de dez quilômetros em cadeiras de rodas, sendo motivo de admiração. ?Participando da corrida, combatemos o preconceito e mostramos à sociedade que os cadeirantes são capazes de fazer muitas coisas. Utilizo cadeira de rodas desde 2003 e o esporte vem mudando minha vida?, comentou Rosélio.

Os primeiros colocados, tanto gerais quanto nas categorias masculina e feminina, receberam prêmios em dinheiro, troféus e medalhas.

Lei cria novo piso salarial

Roger Pereira

Fábio Alexandre
População acompanhou o discurso de autoridades.

O ponto alto das comemorações do 1.º de Maio Solidário, festa que reuniu centenas de milhares de trabalhadores em frente ao Palácio Iguaçu, foi a assinatura da lei que cria o novo piso mínimo salarial regional.

Em meio a shows, sorteios e discursos de diversas lideranças sindicais, o governador Roberto Requião subiu ao palco no meio na tarde para sancionar a lei, alterando o piso salarial do Paraná de R$ 437 para R$ 462. Dependendo da categoria, o piso mínimo passa a ser R$ 475,20.

O novo piso regional é 25% mais alto que o salário mínimo nacional, de R$ 380, e atende às categorias que não têm acordos ou convenções coletivas de trabalho. Ele foi instituído pelo próprio governador Requião no primeiro semestre do ano passado. O seu valor inicial foi de R$ 437 contra R$ 350 do salário mínimo nacional.

?O novo piso salarial regional, além de atender às classes que não têm sua convenção coletiva, como a das empregadas domésticas, por exemplo, torna-se uma referência para que os sindicatos o usem como argumento para suas negociações coletivas?, destacou o presidente da Força Sindical no Paraná, Sérgio Butka, que disse que o salário mínimo mais alto no Paraná não tem reduzido as ofertas de emprego no estado.

Sérgio contou que além do novo piso outras discussões importantes nortearam as comemorações do 1.º de maio. ?É um dia de festa, mas de debate e reflexão, para fortalecer nossas bandeiras de luta e mostrar solidariedade aos companheiros desempregados?, declarou.

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