Total de idosos em asilos tende a crescer

O número de idosos em asilos pode aumentar consideravelmente nos próximos anos se o governo e a própria sociedade não pararem para refletir sobre o problema. Os dados são do livro Indicadores Socieconômicos do Idoso Residente no Estado do Paraná, lançado ontem em Curitiba.

Segundo a autora da obra, Maria de Fátima Paiva, um dos fatores que podem contribuir para isso é a redução da estrutura familiar que dá suporte ao idoso. Os casais que estão na terceira idade hoje tiveram em média seis filhos. Já a taxa de fecundidade da população no Estado atualmente é de 2,1 filhos.

Hoje a população de idosos no Paraná é de 884.937, dos quais 85% deles vivem na casa de familiares, e 1% em asilos. Como as famílias foram ficando menores nas últimas décadas, o suporte está ficando cada vez mais deficitário. Uma das conseqüências pode ser o aumento de idosos institucionalizados.

A solução não é pensar em aumentar o número de filhos, mesmo porque dificilmente a taxa de fecundidade volte a aumentar, já que foi o resultado de várias transformações sociais. Para Maria de Fátima, está na hora de pensar seriamente sobre o problema. “É preciso trabalhar com as famílias, buscar valores e redescobrir o valor do idoso no convívio do dia-a-dia”, destaca.

Mas a questão da moradia é apenas um dos problemas que as futuras gerações de idosos vão enfrentar. O livro também mostra a baixa renda da faixa etária. Cerca de 42,9% ganha apenas um salário mínimo, e 78,4% recebe no máximo dois salários. A renda da maioria, 80%, vem de aposentadorias e pensões. Existe a preocupação de que o Estado não possa suportar um elevado número de idosos no sistema daqui a alguns anos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) também é responsável pelo atendimento de 81% da terceira idade. O mais grave disso tudo é que 31% deles afirmaram que não fazem nenhuma atividade física, nem afazeres domésticos. “É preciso pensar em políticas públicas que contemplem exercícios físicos. Isso tem impacto na saúde, diminuindo os custos do sistema”, ressalta a autora.

Pesquisa

A pesquisa foi feita em 2002 e desenvolvida em parceria entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), da Prefeitura de Curitiba, e a Secretária de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social, em 106 municípios do Estado. “Os dados devem direcionar o trabalho do poder público e servir de subsídio para a população cobrar a implementação de ações que garantam a qualidade de vida dos idosos”, conclui Maria de Fátima.

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