Torcida curitibana invadiu a Boca Maldita

A classificação do Brasil ontem para as quartas-de-final da Copa do Mundo, contra a seleção do Chile, atraiu cerca de 18 mil torcedores para a Boca Maldita, de acordo com a Polícia Militar (PM).

Foi o maior número de pessoas registrado no local desde o início da competição, quando as partidas começaram a ser transmitidas no telão montado pela prefeitura de Curitiba. No jogo anterior, contra Portugal, a estimativa foi de 10 mil pessoas.

O primeiro jogo de mata-mata do Brasil na Copa parece ter empolgado mais os torcedores, que se divertiram seguindo a mania africana das vuvuzelas e vibrando a cada ataque da Seleção Brasileira.

“Agora estou confiante no futuro do Brasil nessa Copa”, afirmou logo após o fim do jogo o estudante Jorge Gustavo Ramos. A vendedora Simone Almeida Lopes, 33 anos, estava com uma turma de amigos do trabalho e com a família. “É uma verdadeira festa, então reunimos todo mundo aqui”, falou ela rapidinho, antes de voltar a acompanhar o jogo.

As amigas Elaine Caminski, 23 anos, e Amanda Pereira, 18, foram pela primeira vez ver um jogo na Boca Maldita e observavam o movimento curiosas. “É legal assistir à disputa daqui, mas chega uma hora em que cansa ouvir o barulho de tantas vuvuzelas”, disse Elaine.

No meio da festa, um homem jovem, de idade não divulgada, foi queimado por causa de fogos de artifício e encaminhado ao Hospital Evangélico por uma viatura da PM, mas segundo a polícia, não está em estado grave. O telão vai continuar transmitindo os jogos do Mundial mesmo que a Seleção Brasileira não chegue à final.

Festa chilena

Enquanto isso, a chilena Ximena Leon de Labarra, que é presidente da Associação para a Integração dos Latino-americanos em Curitiba (Ailac), reuniu os amigos em sua casa.

Durante a partida, a alegria era geral na casa de Ximena, junto com mexicanos, equatorianos, norte-americanos e brasileiros, cada um com um palpite diferente sobre o resultado dessa Copa. “Hoje estou sendo solidária à minha amiga e estou torcendo para o Chile, mas sou Brasil”, confessou a equatoriana Yesenia Morales.

Para acompanhar o jogo, os amigos montaram uma mesa com comidas típicas, na qual a famosa empanada chilena não poderia faltar, junto com o guacamole mexicano e o churrasco brasileiro.

O mexicano Jorge Hernandez contou estar torcendo para o Brasil agora que o México foi desclassificado pela Argentina. “Temos muitos amigos argentinos, mas não queremos que a Argentina ganhe”, completou Yesenia.

Mesmo com a derrota do Chile, Ximena se divertiu e ficou contente com o resultado obtido por sua seleção. “Já fiquei muito feliz por eles terem chegado até aqui, pois há 12 anos o Chile não se classificava para as oitavas-de-final”, lembra ela, que está no Brasil há 26 anos.