Embora seja um fenômeno raro, pela segunda vez neste ano os veranistas que freqüentam o litoral paranaense ficaram encantados e surpresos com a presença de uma tartaruga marinha gigante na areia. Ontem pela manhã, por volta das 9h, ela apareceu no Balneário de Canoas, próximo a Praia de Leste, com 1,30 metro só de carapaça. Chamada popularmente de tartaruga gigante ou de couro, o animal é ameaçado de extinção – há apenas cinco espécies no País. Segundo os biólogos do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (UFPR), essa é a mesma tartaruga que apareceu nas areias de Pontal do Sul no dia 8 de janeiro.
A bióloga Liana Rosa, do Centro de Estudos do Mar, explicou que as tartarugas marinhas deixam a água para desovar e que o período reprodutivo vai de setembro a março. Em geral, diz ela, a fêmea deixa até 80 ovos na areia e esse ciclo se repete a cada dois ou três anos. Os filhotes nascem em 90 dias. O local por onde a fêmea passou ontem foi isolado pelos biólogos para garantir a segurança das novas tartaruguinhas. ?Ainda não sabemos exatamente o ponto em que estão os ovos, mas vamos procurar para monitorá-los?, informou Liana.
Liana informou também que se tem notícia de no máximo 20 fêmeas desovando no Brasil, mas apenas essa no Paraná – as outras estariam no litoral do Espírito Santo. Segundo a bióloga, as tartarugas gigantes vêm às praias do Paraná para procurar alimento, mas podem sobreviver em diversos mares. ?Temos muitas baías e ilhas preservadas, o que traz muitas opções de alimentação para elas?, disse.