Superlotação na UTI do Hospital Evangélico

Mais uma vez o Hospital Evangélico de Curitiba enfrentou problemas, ontem, para internar pacientes que precisavam de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Quatro pessoas aguardavam atendimento nesta terça-feira. Para o médico responsável pela Emergência Clínica do hospital, Luiz Felipe Mendes, o problema vem ocorrendo devido à falta de investimento governamental nessa área.

Mendes diz que o problema começou a se acentuar há dois anos. Segundo ele, até então era difícil os pacientes terem que ficar em UTIs improvisadas.

Agora, a direção do hospital teve de colocar no pronto-socorro respiradouros e outros equipamentos para monitorar os pacientes, já que muitos acabam tendo que esperar até durante dias por uma vaga na UTI.

Ontem, os 40 leitos disponíveis na instituição estavam lotados e quatro pacientes tiveram que receber atendimento fora da UTI. O problema foi igual ao registrado na última semana do mês de maio, quando nove pessoas também não encontraram vaga. O

s pacientes que haviam feito cirurgia, por exemplo, tiveram de aguardar no centro cirúrgico. ?Eles recebem atendimento, mas não é o ideal. Têm apenas os cuidados mínimos necessários?, explica o Mendes.

O médico não vê uma solução em curto prazo para o problema. Para ele, os gestores da saúde fecharam os olhos para a situação nos últimos anos, não prevendo o crescimento da população. Além disso, foram criados vários postos de saúde, que funcionam como a porta de entrada para o sistema, mas não houve investimento na ampliação de atendimentos mais complexos.

Os hospitais da capital também sofrem por receberem pacientes das cidades da Região Metropolitana, que não têm hospitais de alta complexidade. É o caso de Colombo, Almirante Tamandaré, Fazenda Rio Grande e Piraquara.

Para o médico, a tendência agora é piorar. ?Esse é apenas o desfecho de uma situação previsível. A realidade mostra a falência eminente do sistema?, avalia. 

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