Sucatas chamam atenção no trânsito de Curitiba

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Não é difícil encontrar veículos
em péssima condição.

Invariavelmente, um veículo em más condições pode ser encontrado nas ruas de Curitiba. Os populares carros "caindo aos pedaços" chamam atenção pela falta de segurança e podem colocar em risco a vida de seus ocupantes. Neste ano, até o mês de setembro, quando foi feito o último levantamento do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), 797 veículos da capital foram notificados por apresentarem essas características ou por não disporem equipamentos obrigatórios: extintor de incêndio, pára-brisas e pára-choques em boas condições, ausência de lanternas.

Outros 1.915 veículos foram removidos pelo BPTran por não estarem licenciados. Durante essas operações, todos os carros que apresentam problemas são removidos pelos agentes e encaminhados para o pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PR), em Curitiba.

O Paraná conta hoje com uma frota cadastrada de 3.107.744 veículos, com média de idade de 12,46 anos. Desse total, 145.310 foram registrados ainda neste ano. Em Curitiba, essa média de idade é ainda menor, com 9,89 anos. Mas mesmo dispondo de uma frota relativamente nova, o BPTran informa que muitos veículos continuam sendo notificados por falta de condições de segurança e de equipamentos obrigatórios na capital.

Segundo o sargento Ronivaldo Brites Pires, diversas ações de conscientização são desenvolvidas na capital para mostrar a importância da inspeção regular e da preservação dos equipamentos obrigatórios nos veículos. De acordo com o BPTran, durante a temporada de verão passada, o efetivo acompanhou o tráfego nas rodovias que saem de Curitiba para realizar diversas ações de orientação aos motoristas. A iniciativa têm prosseguimento neste ano.

Quando um veículo não apresenta boas condições ou está sem o licenciamento, os agentes do BPTran notificam os proprietários. A multa é cobrada pelo Detran-PR e o carro poderá ser liberado mediante regularização. "Infelizmente esse tipo de veículo ainda é encontrado em grande número na capital. Muita gente acaba não respeitando as normas de segurança e não realiza uma vistoria completa no automóvel para poder dirigir", disse o sargento. "A cobrança da multa cabe ao Detran-PR. Nós verificamos os problemas nos veículos e notificamos os proprietários. Um carro sem o mínimo de segurança não pode continuar circulando pela cidade ou nas rodovias", completou.

Projeto

A inspeção veicular ainda não é obrigatória no País. No entanto, existe grande possibilidade de essa iniciativa ser incluída nos gastos dos motoristas brasileiros. Ainda está tramitando na Câmara dos Deputados, em Brasília, o Projeto de Lei 5.979/01, que obriga os proprietários a realizar anualmente inspeção técnica dos veículos. Os veículos destinados a transporte escolar teriam que passar pela inspeção semestralmente. A proposta foi aprovada em julho por uma comissão especial que analisou o projeto, mas até o momento ainda não passou pela votação da Câmara. Se a lei entrar em vigor, os proprietários terão que pagar duas taxas para ter seu carro inspecionado: uma pela verificação da segurança e outra para a averiguação dos itens ambientais, como, por exemplo a emissão de gás poluente. As tarifas de inspeção serão idênticas em todo território nacional.

Também está sendo discutido um texto complementar que seria anexado ao projeto, e que prevê o repasse do serviço de inspeção técnica veicular para empresas em regime de concessão, por um prazo de 20 anos, sendo permitida a renovação por igual tempo. Pelo texto, não poderão participar da licitação ou receber outorga de concessão empresas privadas que sejam vinculadas ao setor automotivo – oficinas, empresas de comércio de veículos e autopeças e seguradoras.

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