Substituição de açúcar por adoçantes exige moderação

De 1993 a 2003, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais (Abiab), o mercado diet (sem açúcar) e light (com menor quantidade de gordura) cresceu 1.328% no Brasil. Do total de lares brasileiros, 35% consomem algum tipo desses produtos. No geral, as pessoas os escolhem na tentativa de aderir a opções mais saudáveis de alimentação ou de buscar o emagrecimento.

Porém, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), a substituição do açúcar por adoçantes deve ser realizada de forma moderada. Tanto para adultos quanto para crianças, existe uma quantidade limite de educorantes (aspartame, ciclamato de sódio, sacarina, sucralose e acessulfame) que pode ser consumida diariamente. ?O limite máximo a ser consumido diariamente está atrelado a riscos à saúde. Algumas pesquisas indicam que os educorantes, quando consumidos em excesso, podem causar câncer, problemas a diversos órgãos e mesmo mutações genéticas, dependendo do tipo do produto?, afirma o coordenador executivo do Idec, Marcos Pó. ?Determinados refrigerantes, por exemplo, já possuem a quantidade máxima a ser ingerida por crianças em uma única lata?.

Na opinião da nutricionista Maria Emília Suplicy, que atende no hospital infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba, ainda não há comprovação científica de que, em longo prazo, o consumo exagerado de educorantes possa causar problemas como o câncer ou mesmo mutações genéticas. Entretanto, ela revela que a grande ingestão dos mesmos pode, em curto período de tempo, causar diarréia e ter efeito diurético, recomendando cautela. ?Tudo depende da quantidade de adoçante consumida. É indicado as pessoas conhecerem qual o limite do próprio corpo e procurarem saber a quantidade de educorantes presentes nos alimentos. Às crianças, também é indicado consumo reduzido. Só se faz exceção a crianças diabéticas, que necessitam que tudo seja substituído por produtos diet?.

No final da última semana, o Idec enviou uma carta ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitando que os riscos do consumo exagerado e o limite máximo de educorantes a ser ingerido diariamente passem a ser especificados nas embalagens dos produtos light e diet. Segundo Marcos Pó, a especificação já está prevista no Código de Defesa do Consumidor, mas geralmente é desrespeitada.

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