Sesa nega epidemia de dengue no Paraná

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nega que exista epidemia de dengue no Paraná, mas admite que o número de casos registrados do início do ano até março é elevado. ?Estamos muito preocupados com os casos, mas não há surto epidemiológico de dengue no Paraná?, afirmou a diretora do Departamento de Vigilância e Pesquisa da Sesa, Vera Drehmer, durante uma entrevista coletiva realizada ontem, quando foi divulgada uma nota técnica da secretaria sobre a intensificação do combate à doença no Estado.

?Apenas algumas poucas cidades paranaenses sofrem da epidemia da doença. Felizmente, não se tratam de grande centros?, disse o coordenador nacional de combate à dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho. Ele esteve no Estado para auxiliar a Sesa na elaboração da nota técnica e revelou que o Estado é o sétimo no ranking nacional de casos, com 11.282 casos, mas que representam apenas 5% das notificações em todo o Brasil.

?Pouco mais de onze mil casos levantam a necessidade de um cuidado maior no combate à doença, mas no universo da população, não representam uma ameaça grande?, disse Oliveira, Mas ele afirmou que cidades grandes não estão livres da possibilidade de enfrentar uma epidemia.

A Sesa afirmou que esses são os casos oficiais registrados no Paraná, que contêm na soma os confirmados (3.706) e os apenas notificados. Sobre a discrepância dos números divulgados até agora, a diretora afirmou que a secretaria só informava os confirmados, mas que passará a divulgar boletins semanais sobre a evolução dos casos.

Antecedência

Segundo Drehmer, já se esperava o aumento de casos da doença no Estado. Em outubro do ano passado, a Sesa realizou a contagem do nível de infestação do mosquito Aedes aegypt, responsável pela transmissão da dengue, e constatou grande incidência. ?Tanto que começamos a registrar casos da doença em janeiro, o que é atípico. As condições climáticas, muito calor e o El Niño, e a circulação viral devido às epidemias no Mato Grosso do Sul e no Paraguai, somaram para o aumento do número de casos?, contou Vera Drehmer.

O coordenador do grupo criado pela nota técnica para cuidar das ações de combate à dengue no Paraná, Glauco Oliveira, disse que a intenção é antecipar o problema para reduzir o número de casos. ?Alguns municípios, como na região de Londrina e Maringá, terão prioridade devido ao número de casos. Faremos também uma mobilização para tentar envolver as prefeituras e os médicos?, disse.

Londrina: suspeitas prosseguem

A Sesa confirmou que até agora a dengue só fez apenas duas vítimas fatais no Estado em 2007. Porém, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, há a suspeita de que o agricultor Antônio Cândido da Costa, de 30 anos, tenha sido vítima de leptospirose, dengue hemorrágica ou hantavirose. Contudo, o laudo apontando o motivo da morte do agricultor, que residia na região rural de Londrina, só sai na próxima semana.

A diretora de Epidemiologia e Informações em Saúde de Londrina, Simone Narciso Guarani, disse que os sintomas do paciente, que morreu na terça-feira no Hospital Universitário (HU), apontam para a primeira opção, mas muitos deles, como dores musculares, cefaléia, vômito e dor abdominal, são de dengue hemorrágica.

A assessoria de imprensa do HU disse que há falta de kits de teste para o teste de dengue, e por isso não há como afirmar a causa da morte. A instituição disse que ontem recebeu material para 180 testes, mas que já havia 240 esperando para serem feitos. Devido ao aumento de casos nesta época do ano, em março o HU, único da região a aplicar o teste, fez 1.841 deles. A diretora do Departamento de Vigilância e Pesquisa da Sesa, Vera Drehmer, disse ontem que não há falta de kits para o exame no Estado, mas que aconteceram atrasos de dois ou três dias de entrega para algumas regionais de saúde.

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