Seminário realizado em Curitiba prega a não-violência

Ameaças a professores, brigas entre alunos, pichações, formação de gangues, consumo de drogas e armas sendo levadas escondidas em meio a livros e cadernos. A violência nas escolas tomou proporções alarmantes nos últimos anos, fazendo com que grande parte das instituições de ensino brasileiras deixassem de ser consideradas locais tranqüilos e seguros.

O problema, segundo o deputado do Parlamento Mundial para Segurança e Paz, Leopoldo de Albuquerque, é reflexo da violência vivenciada pelos jovens dentro de casa e na sociedade como um todo. O assunto é tema do seminário A paz, a gente é que faz – educação e cultura de não-violência, que está sendo realizado em Curitiba. ?A origem da violência nas escolas não está dentro das escolas, mas sim no seio das famílias. A criança que convive com a violência no dia a dia ou é vítima de violência cresce achando que os comportamentos violentos são normais?, revela Leopoldo.

Dados apresentados pelo Parlamento Mundial indicam que 60% das crianças brasileiras, independente da classe social, são vítimas de algum tipo de violência dentro de casa. Essa vai desde uma simples palmada educativa até atos de maiores proporções. Ainda no meio doméstico, cerca de 22% das mulheres são agredidas por seus companheiros. Muitas vezes, as agressões acontecem na frente das crianças.

?As crianças seguem o exemplo dos adultos. Ninguém nasce com o dom da violência, embora as pessoas tenham índoles e instintos diferentes. Uma simples palmadinha na mão, apontada por muitos pais zelosos como uma forma de educação, pode ser raiz de violência.?

Ao falar de violência, Leopoldo se refere tanto à física quanto à psicológica. De acordo com ele, a solução do problema, seja dentro ou fora das escolas, está na promoção de uma cultura de paz. ?A cultura de uma sociedade não é mudada da noite para o dia. Porém, é necessário que se dê início a um processo de transformação, que possa começar a ser percebido ao longo das gerações.?

Dentro das escolas, o integrante do Parlamento Mundial diz que é necessária a existência de uma metodologia voltada à paz e ao diálogo. Essa deve tentar envolver não apenas alunos e professores, mas também as famílias. Isso porque, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), em 2007 já houve nas cercanias das escolas a apreensão de 18 armas e 44 adolescentes, além de 17 prisões.

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