Sem avanço, educadores mantêm greve

Continua, por tempo indeterminado, a greve dos educadores dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), iniciada ontem. Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba, Irene Rodrigues dos Santos, não houve avanços nas negociações feitas ontem com o secretário de Recursos Humanos, Arnaldo Agenor Bertone. A principal reivindicação da categoria é a equiparação salarial dos educadores ao magistério municipal com escolaridade equivalente ao ensino médio. Segundo a Prefeitura, a paralisação de ontem atingiu seis das 156 unidades e deixou 800 crianças sem atendimento.  

Pela manhã, os educadores se concentraram na Praça Santos Andrade e, em ritmo de Carnaval – entoando marchinhas, tocando tambores e utilizando algumas alegorias -, saíram em passeata até a Prefeitura. ?Os professores de nível médio ganham R$ 594 para vinte horas de trabalho. Os educadores, que têm a mesma formação, ganham R$ 698 para quarenta horas?, comentou Irene.

Para que haja a equiparação, segundo ela, o piso salarial dos educadores deve ser R$ 1.194,48. ?Até 1996, bastava ter o ensino médio para trabalhar como educador. Hoje, é preciso ter também o magistério. Os educadores estão tendo que investir em maior capacitação, mas sem ter um retorno financeiro?, disse. ?A Prefeitura não vem se mostrando aberta a negociações, o que faz com que a categoria se sinta desmotivada. Deveria saber que o profissional valorizado trabalha com mais afinco, o que resulta em benefícios à comunidade?, completa.

Outra reivindicação é de que os educadores antigos possam escolher se querem atuar nos CMEIs ou na FAS. De acordo com a presidente, uma lei recente separa o educador infantil do educador social, o que faz com que os novos profissionais já possam optar em que área querem trabalhar no momento da prestação do concurso público. ?Os novos educadores vão poder escolher, mas os antigos têm que permanecer onde estão. Isso não é justo, pois trata-se de uma escolha profissional importante, que todos devem ter o direito de tomar.? Na manifestação de ontem, os educadores também pediram que seus pagamentos sejam realizados através de banco público ou instituições financeiras escolhidas por eles. Afirmaram que essa é uma reivindicação de todos os servidores municipais.

Reunião

No final da manhã de ontem, uma comissão de educadores foi recebida pelo secretário Bertone. A reunião durou cerca de uma hora e acabou sem novas propostas. Minutos antes do encontro, o secretário declarou à imprensa que vem mantendo negociações com os educadores já há bastante tempo e que considera sem lógica a paralisação. Além disso, Arnaldo declarou que, no último mês de janeiro, os educadores tiveram um aumento de 2,8%, correspondente à subida de nível criado pelo plano de cargos da categoria, e receberam gratificação de 20%. Novas negociações só seriam iniciadas em março, quando acontece a data-base dos servidores municipais. No entanto, os educadores não querem conversar em março porque nessa data são negociadas questões referentes a todos os servidores e de reajuste salarial.

Segundo a Prefeitura, não funcionaram os CMEIs Gramados, Independência e Olga Prestes, na Regional do Pinheirinho, e os CMEIs Conjunto Iracema, Solitude e Moradias Iguaçu, na Regional do Cajuru. Hoje os educadores se reúnem mais uma vez na Praça Santos Andrade e fazem caminhada até a Prefeitura. 

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