Saúde analisa cadeias de Ponta Grossa

Na prisão da delegacia de Paranaguá, o surto de tuberculose é um problema a mais que está tirando o sono dos presos e das autoridades locais. No caso da 13.ª Delegacia de Polícia de Ponta Grossa, o delegado Noel Mushiski da Mota decidiu agir preventivamente. No ano passado, foi detectado um caso de tuberculose no minipresídio Hidelbrando de Souza, o Cadeião, o que chamou a atenção do delegado. Ontem ele teve atendido o pedido de vistoria feito à 3.ª Regional de Saúde de Ponta Grossa. Pela manhã, foi vistoriado o Cadeião e à tarde, a cela da 13.ª DP. Na análise preliminar, não foi detectado qualquer caso de tuberculose.

Entretanto, além da superlotação no Cadeião, existem 200 detentos em um espaço para 112. O técnico de saúde Isaías Cantoia Luiz detectou alguns problemas de higiene que deixam o local propício ao desenvolvimento de doenças e proliferação de bactérias, caso algum doente seja colocado no local. ?O ambiente é pouco ventilado e quase não há iluminação natural, o que torna a proliferação de fungos propícia. Para complicar, há colchões sem forros, que ao menos teriam que ser colocados ao sol para tirar a umidade?, diz. Outro problema destacado pelo agente é o excesso de pertences dos presos no local. ?Há comida misturada com chinelos, sapatos, televisão e rádios. O local já é apertado e todos esses objetos acabam dificultando a limpeza e acumulando bactérias?, diz.

Após a visita ao Cadeião e à cadeia da 13.ª DP, foi feito um relatório, que será enviado à Secretaria de Segurança Pública. De antemão, Cantoia solicitou que sejam feitas limpezas ao menos mensais nos locais, com desinfetantes fortes como água sanitária. ?Tem que lavar tudo, não apenas o chão e os banheiros?.

Transferência

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa vai solicitar a imediata remoção dos detentos da carceragem de Paranaguá. ?A situação dos presos da cadeia de Paranaguá é de pena de morte por asfixia e doença infecto-contagiosa, a tuberculose?, afirmou o presidente da comissão, deputado José Domingos Scarpellini. ?Isso é inadmissível em país civilizado?, acrescentou.

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