Sanepar reformará reservatório em Ponta Grossa

A Sanepar abre nesta quinta-feira (5), em Curitiba, as propostas do processo de concorrência nacional para a reforma do Reservatório do Botuquara, o primeiro do sistema de abastecimento de água de Ponta Grossa.

O valor de investimento na obra é de R$ 489,1 mil, financiados pela Sanepar e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). A empresa vencedora da concorrência terá 360 dias, a partir da emissão da ordem de serviço, para concluir a reforma.

Inaugurado em 1914, ainda hoje o Reservatório Botuquara está em funcionamento, com capacidade para armazenar 2,7 milhões de litros de água. Segundo o gerente-geral da Sanepar da Região Sudeste, Antônio Carlos Gerardi, “além do resgate histórico do reservatório, a reforma também tem importância estratégica para o sistema de abastecimento de Ponta Grossa, já que fornece água para a região central da cidade”.

De acordo com a coordenadora de Obras da Sanepar, Jeanne Schmidt Saldanha, a obra deverá começar em julho deste ano. “O prédio será integramente reformado, desde a parte externa, incluindo paredes, muros, portões, pintura e paisagismo, e também será feita impermeabilização interna do reservatório”, detalha.

Patrimônio

Tombado em 4 de junho de 2002, o Reservatório Botuquara é parte do patrimônio histórico do município. Com estilo arquitetônico considerado eclético, além das câmaras de armazenamento e das duas casas de manobra, abriga ainda um jardim que já atraiu muitos visitantes pela vista panorâmica do local.

Para a diretora do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa (Compac), Vanessa Vergani de Oliveira, a iniciativa da Sanepar em reformar as instalações do reservatório é muito importante para a memória da cidade. “É o resgate de toda uma época, pois ali foi um ponto turístico, um local de lazer para a população. As pessoas têm na memória como o lugar era bonito”, diz.

Segundo Vanessa, no caso do Botuquara, o projeto de reforma foi autorizado pelo Compac levando em conta que ele ainda está em funcionamento, o que exige a substituição de alguns itens.

“Em muitos casos o restauro é inviabilizado, devido à necessidade de utilizar materiais e elementos que muitas vezes não existem mais. Quando se faz um projeto de reforma, como será feito no reservatório, é possível fazer a substituição de alguns elementos, porém mantendo o mesmo aspecto”, observa.

História

Localizado entre as ruas Barão do Cerro Azul e Francisco Ribas, no centro de Ponta Grossa, a construção do reservatório teve início em 1912. Foi inaugurado em 1914, quando o sistema de abastecimento ainda era de responsabilidade do município.

Os estudos topográficos da época indicaram o local – a segunda colina do centro da cidade – por estar a quatro metros acima do nível da Praça Floriano Peixoto, em seu ponto mais alto, o que permitia abastecer por gravidade os imóveis de ambas as colinas.

Inicialmente o reservatório tinha capacidade para um milhão de litros de água, captada dos rios Cascavel e Mandioca. Naquela época, a população de Ponta Grossa era de 8 mil habitantes.

Para atender a demanda gerada pelo aumento da população nas décadas seguintes, em 1939 foi inaugurada a segunda câmara do reservatório, e o abastecimento passou a ser realizado a partir da captação do Rio Botuquara. Com isso, a capacidade de armazenamento do reservatório passou a 2,7 milhões de litros de água.