Sanepar ameaça realizar rodízio no consumo de água

A redução no consumo de água pela população de Curitiba e Região Metropolitana (RMC) ainda está longe de ser suficiente, alerta a Sanepar. Há duas semanas, a companhia de abastecimento lançou campanha pedindo economia de pelo menos 20% da água utilizada para evitar necessidade de racionamento, mas, até agora, a percentagem aferida foi de apenas 6,04%. Os técnicos alertam que o nível de água nos reservatórios continua caindo e que um esquema de rodízio já é estudado.

Caso o mesmo se efetive, sete regiões serão atingidas, delimitadas pelos bairros das regiões norte, sul e leste de Curitiba e pelas cidades da RMC que são abastecidas pelos reservatórios de Piraquara e Iraí. Segundo o gerente de produção da Sanepar, Paulo Raffo, em duas semanas foi muito pequeno o reflexo do apelo feito à população para que economizasse água. Diante disso, acredita, o racionamento será a única saída para equilibrar a capacidade de produção e consumo. "Só falta uma definição de quando começar e como será feito", adianta. No entanto, ressalva o gerente, tudo depende do comportamento da população, que terá de priorizar a economia para compensar o prejuízo vivenciado até agora. Segundo Raffo, o nível da água nos reservatórios tem caído cada vez mais: em Piraquara, em duas semanas a baixa foi de 37 centímetros e, na represa do Iraí, 23.

Racionamento

Barragem em Piraquara está com nível muito abaixo do normal.

Caso o rodízio venha a acontecer, serão definidos períodos que podem variar entre 24 e 32 horas sem água, delimitados por bairros. Sabe-se que sete regiões serão atingidas primeiramente, definidas em função dos reservatórios que as abastecem. Portanto, os bairros que compõem o norte, leste e sul de Curitiba estão incluídos, além das cidades de Colombo, Pinhais, Piraquara e São José dos Pinhais. Já os bairros e cidades localizados a oeste, abastecidos pelo Passaúna, não devem ter problemas imediatos, uma vez que a represa é a única que teve baixa pouco significativa até agora – três centímetros desde o dia 20. Mesmo assim, vale para esses também a máxima da economia.

Terrenos secam com a estiagem em várias regiões do Estado.

A população não se deve deixar enganar pelos chuviscos que caem esporadicamente, insuficientes para aumentar o nível dos reservatórios, e nem esperar para sentir a falta de água para, então, verificar a necessidade de economizar. Os últimos racionamentos em Curitiba e na Região Metropolitana aconteceram nos anos de 1998, quando houve alguns rodízios, e em 1995. O maior deles, entretanto, foi em 1985, quando a cidade registrou grande problema de produção.

Para evitar que o quadro se repita, cada pessoa deve economizar pelo menos 56 dos cerca de 150 litros que consome diariamente. Uma boa dica para conseguir isso é diminuir o tempo no banho de 15 minutos, que consome 105 litros de água, para dez, utilizando cerca de 70 litros. Outro vilão é a válvula de descarga, que pode responder por até 50% do consumo de água em uma residência. A dica, nesse caso, é não jogar papel ou outros objetos no vaso, evitando que a descarga seja longa.

A Sanepar esclarece ainda que os problemas de abastecimento registrados nos bairros da região norte de Curitiba e nas cidades de Campina Grande do Sul, Piraquara e Pinhais, no último sábado, foram conseqüência de falhas operacionais, e não necessariamente da baixa do nível da água nos reservatórios. 

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