Malandragem

Saiba qual estação-tubo é a mais invadida por ‘fura-catracas’

Diariamente, 3.831 pessoas furam as catracas de estações-tubo e terminais de ônibus em Curitiba, de acordo com pesquisa feita pelo Sindicato das Empresas de ânibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). Houve aumento de 579 registros em relação ao último levantamento, realizado em agosto do ano passado. Segundo o Setransp, o prejuízo do sistema é de aproximadamente R$ 400 mil por mês – o que totaliza R$ 4,5 milhões por ano. Na sondagem anterior, as perdas somavam R$ 3,6 milhões/ano.

Conforme o Setransp, a estação-tubo campeã de invasões é a da Praça Carlos Gomes – sentido Terminal do Boqueirão, no Centro. Em média, 250 pessoas embarcam sem pagar passagem. Porém, a estação-tubo Rio Barigui – sentido Centro, no Campina do Siqueira, é que apresenta o dado mais alarmante para os empresários do setor: há mais invasões do que passageiros pagantes. Durante a pesquisa, foram registrados 640 fura-catracas e 526 usuários que pagaram a passagem.

A pesquisa detectou uma mudança no perfil do invasor: antes, a maioria dos fura-catracas pertencia a gangues ou tribos urbanas; agora são os usuários comuns que lideram o ranking: 32% das invasões foram feitas por eles, enquanto 22% são atribuídas a gangues e tribos urbanas, 19% a estudantes, 6% a torcedores e 21% a outros.

De acordo com um dos cobradores da estação-tubo Rio Barigui, alguns dos invasores são funcionários de um supermercado e de um shopping que fica na região. “A gente vê que eles têm condições pra pagar, mas invadem na cara-de-pau. Alguns às vezes até acenam”, explicou o trabalhador do transporte coletivo, que não quis se identificar. Ele relatou que nos últimos meses tem levado uma média diária de R$ 30 a menos para a empresa. A pesquisa do sindicato foi feita durante sete dias, de 14 a 20 de março de 2016, com a participação de 1.100 funcionários das empresas. O levantamento foi feito após o aumento da passagem de R$ 3,30 para R$ 3,70, que ocorreu no dia 1º de fevereiro.

Segurança particular

Durante a coletiva de apresentação dos dados dos “fura-catracas”, o diretor executivo das Empresas de ânibus de Curitiba e Região Metropolitana, Luiz Alberto Lenz César, revelou que as empresas analisam até a contratação de seguranças particulares para inibir a prática das invasões. Porém, o serviço poderia aumentar o preço da passagem. Por isso, a preferência das empresas é encontrar uma solução com a Polícia Militar e Guarda Municipal. “O fator segurança pública cabe ao estado. Às empresas, cabe apontar os problemas e trazer parceria para solução”, complementou. 

Foto: Átila Alberti
Na estação-tubo Rio Barigui mais gente invade do que paga a passagem. Foto: Átila Alberti.