Cartas que não chegam

Ruas sem numeração certa deixam moradores sem cartas

Residir ou trabalhar em uma rua sem placa de identificação ou com a numeração desordenada pode representar um transtorno para o recebimento de correspondências. Pela portaria 567/2011 do Ministério das Comunicações, que regulamenta os serviços postais, os Correios podem lançar mão dos chamados “módulos de caixas postais comunitárias” quando esse tipo de situação é verificado. Em Curitiba, segundo a coordenação da empresa, isso é comum em regiões em expansão, como a Cidade Industrial (CIC).

O coordenador de atividades externas dos Correios de Curitiba – região norte, Ageu Félix da Silva, conta que onde o serviço de entrega domiciliar não é realizado pela falta da adequada indicação de endereço a orientação é de que as associações de moradores mobilizem a comunidade para solicitar à Secretaria Municipal de Urbanismo a devida identificação.

Desafios

“Recentemente, nós auxiliamos o bairro São Braz na adequação de determinados endereços para que as correspondências deixassem de ser recebidas nos módulos postais”, explica. Ele admite que a CIC representa um desafio pela dimensão da região e o ininterrupto crescimento que vem acompanhado de áreas que passam por processo de regularização. “Os Correios têm um projeto de criar uma segunda unidade de distribuição no bairro por conta desse crescimento, já que a unidade existente está no limite”, informa.

Outro fator que pode levar à suspensão temporária da entrega dos Correios é a insistência em manter cachorros soltos e que ameaçam a segurança dos profissionais. “Buscamos agir preventivamente e isso ainda é um grande problema”, aponta o coordenador.

Requisito

Pelos critérios da portaria 567, cada distrito com mais de 500 habitantes deve ser atendido com a entrega em domicílio. Isso justifica a ausência de planos de expansão dos serviços nas áreas rurais da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), onde os habitantes contam com uma caixa postal para retirar suas correspondências nos módulos.

Módulos postais deixam a desejar

O vigilante Oscar de Souza Amaral Neto, 28 anos, morador da Vila Joanita, no bairro Tarumã, conta que na prática os módulos postais não funcionam adequadamente. “Dependemos da boa vontade de quem traz as correspondências. Tem aqueles que deixam na caixa postal correta, outros misturam tudo”, explica. Cansado de tanta confusão, ele já se conformou em buscar na unidade do Santa Cândida toda a sua correspondência. “Do contrário, tem que sair perguntando na vila se alguém ficou com a minha carta”. Ele diz que o maior problema é com as contas. “Vira e mexe eu pago juros porque não tive tempo de imprimir uma segunda via ou ir até a agência buscar minha correspondência antes da data do vencimento”.