Rodovias são bloqueadas em três regiões do Estado

O impasse entre União e Estado sobre a responsabilidade de manutenção de 945 quilômetros de rodovias federais no Paraná, além de causar vários danos à infra-estrutura das estradas, parece ter atingido o limite da paciência dos moradores das cidades cortadas por tais vias. Ontem, lideranças municipais e sindicais dos municípios de Guaíra, Terra Roxa, Marechal Cândido Rondon e Mercedes interditaram o trevo entre as BRs 163 e 272, em Guaíra, no Oeste paranaense, para protestar contra a condição das rodovias e pedir providências.

A manifestação começou às 5h e se estendeu até as 17h. Ambulâncias, caminhões com produtos perecíveis e ônibus do transporte coletivo puderam passar normalmente pela manifestação. De acordo com o vereador de Marechal Cândido Rondon, Nilson Hachamann, quem não pôde passar pelo trecho não achou ruim e a manifestação ganhou força graças à participação de motoristas de outras cidades. Caminhoneiros também fecharam a BR-163, na altura de Terra Roxa.

?A situação da rodovia é uma calamidade. É necessário que alguém se responsabilize por ela rapidamente?, diz Hachamann. O vereador explica que além dos acidentes e do prejuízo para os produtores rurais da região, já ocorrem até mesmo assaltos na rodovia devido à baixa velocidade em que os veículos são obrigados a trafegar. Hachamann explica que técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) estiveram na região para ver a situação das rodovias.

O órgão está encarregado de dar um parecer sobre o imbróglio, apontando um responsável pelas estradas, e sobre uma consulta da Casa Civil sobre a possibilidade de utilizar recursos federais em caráter de emergência nesses trechos. Mas de acordo com a assessoria de imprensa do TCU, nenhum desses pontos está relacionado na pauta do plenário desta semana. ?Caso não haja uma solução logo, fecharemos a estrada mais uma vez?, afirma o vereador.

MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também bloqueou na manhã de ontem um trecho da BR-163, próximo ao município de Icaraíma, no Noroeste do Paraná, próximo à fronteira com o Mato Grosso do Sul. Os sem terra fecharam um trevo da rodovia e impediram a passagem de carros e caminhões, o que causou uma longa fila de veículos, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. Além de protestar pela condição da via, os manifestantes querem pressa na reforma agrária.

PR-092

Deslizamentos são responsáveis pela interrupção da PR-092 entre Rio Branco do Sul e Cerro Azul, no Sudeste do Estado. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) diz que os deslizamentos ocorreram em virtude das constantes chuvas das últimas semanas, deixando o tráfego precário no quilômetro 29,2 e, principalmente, no quilômetro 41,4. O DER pede aos usuários da rodovia entre as duas cidades o máximo de atenção e cautela ao trafegar pelo trecho, já que, além dos dois locais citados, existem, ao longo da rodovia, outros pontos com possibilidade de queda de barreira.

DNIT libera tráfego na BR-476

Sâmar Razzak

O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) liberou ontem, totalmente, a BR-476. Os trabalhos de limpeza da pista foram concluídos pela manhã. Na segunda-feira, em função das intensas chuvas dos últimos dias, houve novos desmoronamentos nas encostas da Estrada da Ribeira, causando mais transtorno para os motoristas.

O mais grave deles ocorreu na altura do quilômetro 62, em Tunas do Paraná, e que obstruiu totalmente a estrada. O trânsito foi liberado em meia pista na tarde de segunda e só ontem voltou ao normal.

De acordo com Ronaldo de Almeida Jares, engenheiro do DNIT responsável pela manutenção da estrada, estão sendo feitos quatro muros de contenção nos pontos mais críticos, para evitar novos desmoronamentos. Equipes do DNIT e da J. Malucelli estão construindo muros de gabião – com telas e pedras – para conter a ação da água.

Além disso, o DNIT está melhorando a sinalização na rodovia. ?Estamos colocando placas de sinalização para que os motoristas evitem parar os carros em determinados pontos?, afirmou Jares.

Como são vários os pontos de risco ao longo da rodovia – 23 ao todo – o DNIT está pedindo um aditivo de prazo para a conclusão das obras na Ribeira. Pelo contrato, o prazo termina em novembro.

No entanto, o DNIT ainda precisa recuperar a ponte sobre o Rio Corumbé, no quilômetro 5,5 da BR-476, nas proximidades de Adrianópolis. A ponte será alargada e, segundo Jares, deve levar três meses para ser concluída. 

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