Unificar a data de todos os vestibulares das universidades estaduais do Paraná para evitar que muitos alunos de outras regiões façam as provas longe do seu domicílio. Este é o objetivo de um projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PMDB), que está causando polêmica entre as reitorias das universidades do Estado. Na audiência pública realizada ontem na Assembléia Legislativa, reitores e vice-reitores afirmaram que a proposta fere a autonomia das universidades e não resolve o problema da falta de vagas.
?O sistema atual é injusto, pois garante a maior parte das vagas para os estudantes oriundos de famílias de renda mais elevada, que, além de terminar o ensino médio em geral nos melhores colégios, ainda podem arcar com as despesas de locomoção e hospedagem em diferentes cidades?, afirma a justificativa do projeto. Além disso, argumentou o deputado, ?as universidades devem ser pólos irradiadores de conhecimento nas suas regiões?. ?E, tendo alunos de outros lugares, dificulta isso?, argumentou.
Ontem, aconteceu a primeira audiência pública para discutir a questão. Participaram diversos deputados e representantes das Universidades Estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), do Centro-oeste (Unicentro), de Ponta Grossa (UEPG) e do Oeste (Unioeste). ?Grande parte destes alunos já estão sendo contemplados com vagas por meio do sistema de cotas. E as informações que as universidades têm mostram que grande parte dos alunos que passa nos vestibulares já é da própria região?, explicou o vice-reitor da UEL, César Caggiano dos Santos.
?O Brasil tem apenas 11% dos jovens entre 18 e 25 anos no ensino superior. Existe o problema da falta de vagas e, para resolver, temos que trabalhar com critérios melhores do que a mesma data?, explicou Santos. Além disso, ele argumentou que o projeto mexeria nos calendários das universidades, que têm ?autonomia administrativa, financeira e patrimonial?.
São Paulo
Este ano será usado pela primeira vez no Estado de São Paulo um critério oposto ao proposto pelo deputado. Oito das principais universidades paulistas definiram juntas o calendário dos seus vestibulares para garantir que nenhuma data coincida. O objetivo é permitir aos candidatos a inscrição em todos os exames.