Reforma da Ópera de Arame causa reclamações

Já dura oito meses a interdição da Ópera de Arame, em Curitiba, para reformas estruturais, o que vem afastando os turistas do local e deixando os comerciantes bastante preocupados. Interditada em novembro do ano passado por apresentar problemas estruturais, até hoje, o teatro só foi aberto em duas ocasiões especiais: para o Festival de Teatro de Curitiba e para o jantar de abertura do segmento ministerial da 8.ª Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade, evento promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

"É um descaso com o turista. Passar sete meses com uma das três principais atrações da cidade fechada para visitação. Há grupos de estrangeiros que vêm para cá só para conhecer a Ópera e não conseguem nem tirar uma foto", disse a comerciante Taysi Alves, da loja Curitiba Aqui, vizinha ao teatro e que calcula um prejuízo de R$ 100 mil no período da reforma. "Dois ou três meses de obras é compreensível. A Ópera precisava de uma manutenção, mas já estamos indo para o oitavo mês, daí ninguém agüenta", disse.

Proprietário da Curitiba Lembranças, uma loja de artesanato e presentes em frente ao teatro, Jairo Araújo vem representando os comerciantes da região na cobrança de agilidade na obra e esclarecimentos por parte da Prefeitura. "Com a Ópera fechada, o movimento caiu mais de 70%. Minha loja deixou de faturar cerca de R$ 150 mil e agora, chegando julho, mês de férias escolares, que nosso movimento costuma crescer até 200%, o teatro segue fechado", reclamou.

Situação mais complicada ainda vive Walter Soares de Oliveira, do Café da Ópera, lanchonete e cafeteria localizada no interior do teatro e que, por conseqüência, também está fechado. "Desde novembro não ganho R$ 1", lamentou, estimando um prejuízo de R$ 90 mil. Walter revelou que os comerciantes conseguiram marcar para hoje uma reunião com a Fundação Cultural de Curitiba para discutir a situação. "Esperamos sair dessa reunião com alguma solução", disse.

O supervisor da Brafer, empresa responsável pela construção do teatro, em 1992 e, também, pela reforma, Daniel Wavrita, explicou que a reforma em si está em fase de acabamento e deve ser entregue nos próximos dias. O que ainda deve atrasar a reabertura da Ópera são inovações que não competem à empresa, como a instalação de um elevador, de um novo palco e de um hidrante para melhorar o combate a possível incêndio.

Até agora já foram feitas reformas na infra-estrutura, segurança, rede elétrica, saídas de emergência e cobertura, numa obra que custou pouco mais de R$ 1,4 milhão. Segundo o diretor de edificações da Prefeitura de Curitiba, Victor Volpi Júnior, os trabalhos estão dentro do cronograma previsto, que era de 120 dias (as obras só foram iniciadas em março). Ele afirmou que a reforma está em fase de revisão final e deverá ser entregue no final deste mês. 

Voltar ao topo