Redução de estômago pode prejudicar gravidez

Muitas mulheres que passam por cirurgia de gastroplastia (redução do estômago) podem enfrentar uma gravidez de risco. Segundo o médico especialista em reprodução humana Francisco Furtado Filho, da Clínica Huntington Curitiba, isso acontece porque, após o procedimento cirúrgico, há uma redução da área de absorção de vitaminas e minerais pelo organismo, o que faz com que a pessoa emagreça e, em alguns casos, desenvolva anemia.

Se a paciente apresenta anemia e engravida, o bebê pode ter retardo no crescimento físico intra-uterino ou nascer prematuro. “As pessoas que se submetem à gastroplastia geralmente perdem até metade de seu peso. Se não há um acompanhamento médico adequado, a anemia pode prevalecer”, explica Francisco. “Em mulheres, isto se torna perigoso se elas resolvem engravidar. A gestação pode ser de alto risco.”

Após a cirurgia, pacientes normais não encontram dificuldade para engravidar. Apesar dos riscos de anemia, muitas mulheres têm filhos saudáveis. No Paraná, o acompanhamento de gestantes que se submeteram à gastroplastia tem sido cada vez mais minucioso. Há um ano e dez meses, um caso ocorrido no Estado foi considerado o primeiro da literatura médica mundial e obteve bastante sucesso. Pela primeira vez no mundo, uma mulher que se submeteu a uma cirurgia de redução de estômago engravidou de gêmeos por fertilização in vitro.

“Devido às modificações nutricionais de quem se submete à cirurgia, situações de baixo peso e retardo de crescimento intra-uterino são esperados. Porém, no Paraná, o nascimento de um menino e uma menina na 36.ª semana de gestação, em ótimas condições de saúde e com bom peso, surpreendeu a todos e deixou os médicos bastante animados. Isso prova que as chances de uma mulher operada ter uma gravidez tranqüila e filhos saudáveis são cada vez maiores”, diz o médico.

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