Reabertura da Vila Velha só após vistoria das obras

O Parque Estadual de Vila Velha não poderá ser reaberto este mês conforme divulgou o Governo do Estado. O juiz da 4.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, Antônio Domingos Ramina Júnior determinou que ele permaneça fechado até que seja comprovado em juízo que as obras de restauração estão seguindo o plano de manejo, que devolveria ao parque as suas características primitivas. Os estudos técnicos devem ser realizados pelo próprio grupo de geólogos que apresentou na Justiça, em maio deste ano, uma petição pedindo a fiscalização das obras.

A necessidade de verificar o andamento do projeto foi levantada pelo mesmo grupo de 14 pessoas, representado pelo escritório do advogado Rene Dotti, que ajuízou em 1978, uma ação popular contra o Estado do Paraná e a gestora do parque Paranatur, para que fosse feita a restauração de Vila Velha devolvendo-lhe suas características naturais. A decisão favorável à ação saiu em 1993, mas só em 2001 as duas partes se reuniram e firmaram um acordo, elaborando o plano de manejo. A preocupação do grupo é de que as obras não estão seguindo o que foi determinado e o parque poderá sofrer danos ambientais.

Em maio deste ano eles fizeram uma visita ao local e constataram várias irregularidades. Uma delas foi a falta de um projeto para a criação de um museu de geologia no local onde funcionavam a piscina, a lanchonete e os vestiários. “Esta parte está abandonada”, explica o jornalista Paulo T. Drabik, que também integrou a ação de 1978. Ele reclama que a empreiteira só está realizando as obras para poder abrir o parque e as ações ambientais ficaram de lado.

Outro problema verificado foi o corte de árvores e um aterro para a implantação de uma ponte, sem autorização do IAP. A obra foi embargada e a empresa multada. Depois desse episódio a gerência do parque foi mudada. Além disso, a trilha ecológica que está sendo construída foi revestida com cacos de uma rocha conhecida como São Tomé, o que provoca poluição visual devido a sua coloração. A proposta do plano de manejo era de rochas de quartizito, parecida com os arenitos.

Diante disso, em maio o grupo entrou na Justiça para que a obras fossem vistoriadas. O Estado do Paraná foi intimado a se manifestar, e no começo de agosto contestou a fiscalização e apresentou um relatório do IAP. Mas no dia 28 do mesmo mês o grupo entrou novamente na Justiça, e como prova usou até o estudo do IAP, que mostrava o embargo das obras devido à construção da ponte. A decisão do juiz constatando a necessidade de realizar estudos técnicos foi publicada ontem no diário oficial. Na segunda-feira o grupo vai se reunir para definir suas ações.

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