Queima de fogos marca conclusão do NovoMuseu

O governador Jaime Lerner participou ontem de uma queima de fogos que marcou a conclusão das obras físicas do NovoMuseu – Arte, Arquitetura e Cidade, em Curitiba. Os seiscentos operários que trabalharam na obra nos últimos seis meses também participaram da comemoração. O NovoMuseu, um dos maiores e mais modernos museus do mundo, será inaugurado, às 18h de hoje, com as presenças do presidente Fernando Henrique Cardoso e o arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto.

A obra de restauração do antigo Edifício Castelo Branco e a construção do “olho” começaram em junho deste ano e estão orçadas em US$ 14 milhões. Dos seus 33 mil metros quadrados de área construída, 16,7 mil são destinados somente para exposições. Sete exposições marcam a inauguração do NovoMuseu, definindo o objetivo de abrigar mostras de artes plásticas, arquitetura e design. No espaço, será mostrado parte do acervo do mexicano Pascual Gutiérrez Roldán, com 130 obras, que reúne importantes nomes da Escola Mexicana nos anos 20; Mostra Matéria-Prima; Mostra de Arte Paranaense; Mostra Niemeyer; Uma História do Sentar (Design de cadeiras); Exposição Urbanística de Curitiba e Pátio de Esculturas (jardim interno do museu).

Instalado em um complexo de 144 mil metros quadrados, a área do NovoMuseu inclui ainda um bosque e a Aldeia da Cultura, com ateliês para experiências artísticas e espaços para realização de programas de imersão.

O NovoMuseu terá à disposição duzentos computadores para a segurança, controle operacional e atividades educativas. Destes, quarenta ficarão conectados na internet e poderão ser usados pelo público do museu. A estrutura modular projetada permite multiplicar o número de equipamentos, dependendo da necessidade do museu. As ligações de toda a tecnologia são feitas por fibra ótica, a uma velocidade 100 vezes superior ao da internet comum.

O arquiteto Oscar Niemeyer remodelou o edifício Castelo Branco, projetado por ele em 1967, como símbolo da moderna arquitetura brasileira. Anexo ao prédio original, de 27 mil metros quadrados, Niemeyer projetou um novo edifício para exposições em formato de “olho”.

O NovoMuseu tem um auditório de 400 lugares e uma sala de 70 lugares. O projeto privilegia a instalação de ateliês de restauro de obras (estufa e laboratório) e oficinas de marcenaria e pintura. A reserva técnica, com doca para carga e descarga de obras e materiais de preparo de exposições, tem espaço para a guarda de embalagens e até mesmo área de quarentena para obras que chegarão ao museu. Os edifícios do Departamento Estadual de Transporte Oficial (Deto), localizados próximo ao NovoMuseu, serão transformados em ateliês/casas, formando a Aldeia da Cultura.

A construção do museu faz parte do Programa de Valorização Cultural do Paraná, executado na segunda fase do Programa Paraná Urbano em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O sentido da Rua Marechal Hermes será alterado hoje, das 16h às 22h. O tráfego será feito em mão-única, no sentido bairro-centro, entre as ruas Manoel Eufrásio e Deputado Mário de Barros. A mudança evitará congestionamentos e facilitará o acesso à solenidade de inauguração do novo museu do Centro Cívico.

Agentes da Diretran e do BPTran estarão nos principais cruzamentos da região para orientar o tráfego. A estação-tubo instalada na Rua Marechal Hermes, que será rebatizada com o nome de NovoMuseu, estará desativada das 16h às 22h.

O arquiteto Oscar Niemeyer visitou ontem o NovoMuseu. Autor do projeto, Niemeyer revelou que, ao ver o resultado da obra, sentiu uma emoção especial. “Foi o mesmo sentimento daquele que vivi quando da inauguração de Brasília”, afirmou. “É espantoso ver o resultado, em formas concretas, de um simples desenho numa folha branca de papel.”

Junto do secretário de Assuntos Estratégicos, Alex Beltrão, com quem já vinha acompanhando o andamento das obras por intermédio de videoconferências, Niemeyer fez questão de conhecer todos os detalhes do maior e mais moderno museu do Brasil. “Gostei de todo o resultado da obra”, destacou ao mencionar que ficou “especialmente encantado com as rampas e do amarelo das colunas que sustentam o olho do museu”.

O espanto e a surpresa, disse ainda Niemeyer, são as melhores características de um homem ligado à arte. “Felizmente, aos 95 anos, ainda mantenho esses sentimentos.”