Quatro gerações na redação

SELO180706.jpgNo início da década de 1950, quando ninguém pensava em internet, e uma ligação telefônica de Curitiba para o Rio de Janeiro podia levar até um dia para ser completada, a grande fonte de notícia para O Estado era o rádio. Sabia-se dos acontecimentos Brasil afora ouvindo as estações Nacional ou Tupi, do Rio de Janeiro, e Tamoio ou Difusora, de São Paulo. As agências de notícias nacionais e internacionais transmitiam a seus assinantes boletins através da radiotelegrafia.

E aí começou a história da família Alberti em O Estado. Formado em comunicação na Escola do Exército, o sargento Orlando Alberti, filho de Severino Alberti, responsável pelos serviços gerais na redação, era profundo conhecedor da radiodifusão, além de dominar outros idiomas. Coube a ele, então, a função de radiotelegrafista em O Estado. Orlando recebia os boletins, os transcrevia e traduzia.

Devido ao barulho das caldeiras de chumbo das máquinas utilizadas para a impressão do jornal, Orlando não podia trabalhar na redação, pois era impossível ouvir corretamente a transmissão. Trabalhando em casa, Orlando deu a seu filho, Eloir Dante Alberti, a missão de levar as notícias de casa para o jornal. O garoto de 11 anos ficou conhecido na cidade por atravessá-la pedalando sua bicicleta com "as últimas" do Brasil e do mundo.

Tudo o que sabia, Orlando ensinou para Dante, que iniciou da recepção em 1957 e, com a morte de seu pai, herdou a função, substituindo os meios na medida em que a tecnologia foi avançando. Seu Dante, como é conhecido na redação de O Estado, recebeu as notícias por radioteletipos, hallschreiber, telex, fax e internet. Hoje, seu Dante edita a página Zig Zag, do caderno Almanaque. E a história dos Alberti no jornal continua aumentando: dois filhos dele representam a quarta geração da família do jornal: Átila Alberti é fotojornalista e Dante Luiz Alberti, paginador.

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