PS do Hospital São José está com as portas fechadas

A paralisação dos hospitais filantrópicos de todo o país terminou à 0h de hoje, porém as portas do pronto-socorro do Hospital São José em São José dos Pinhais, continuaram fechadas. Desde o início da noite de segunda-feira, a instituição filantrópica anunciou que não atende mais casos de emergência ou consultas em sete especialidades. Por dia, passavam pelo PS 160 pessoas, numa média de cinco mil atendimentos por mês. A decisão foi tomada pela cúpula do hospital por questões financeiras.

"O Ministério Público (MP) havia determinado que o município e o estado repassassem cada um R$ 328,29 mil. Este dinheiro não está entrando no caixa", diz o diretor financeiro do hospital, Ronald Carvalho Sitonio. Ele explica que a prefeitura cumpriu parte da determinação até por seis meses, porém repassando um valor um pouco abaixo do determinado pelo MP: R$ 300 mil. Já o governo no Estado, segundo Sitonio, não repassou recursos em momento algum.

"O dinheiro repassado pela prefeitura serviu apenas para manter o atendimento, mas o problema é maior. Há uma dívida de R$ 2,5 milhões que não temos como pagar", lamenta o administrador. Tirando o auxílio que era prestado pelo município, o hospital costuma se manter com uma pequena parcela proveniente de convênios e pelo repasse do Serviço Único de Saúde (SUS), que os filantrópicos alegam estar defasado.

Na Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais a versão do caso é distinta. A secretária municipal de Saúde, Cristina Walbach, diz que o acordo previa o repasse de R$ 300 mil durante seis meses. "A intenção era dar uma oportunidade de reestruturar o hospital, sanando as dívidas. No total, foram repassados R$ 1,9 milhão, já que de início demos um adicional de R$ 100 mil", explica.

Como o acordo previa seis meses de repasse, o orçamento foi fechado sem a conta referente ao São José, de modo que a Prefeitura não tem de onde tirar esse montante. "Investimos em outras áreas da saúde e não temos como reverter isso. Demos um prazo para o hospital se estruturar."

Com a hipótese de repasse de recursos vetada pelo Conselho Municipal de Saúde, a prefeitura se comprometeu a tentar resolver o problema junto à Secretaria Estadual de Saúde. Esta foi a promessa feita pelo secretário de governo Aldrian Matoso, aos funcionários e populares que protestaram no início da tarde em frente à prefeitura, com cartazes, carro de som e apitaço.

A intenção é que se tenha uma nova posição em relação ao PS do São José até sexta-feira. "Ainda não deram nenhum posicionamento preciso sobre o nosso futuro e do atendimento à população. É isso que queremos", disse Celestina Schmitt, funcionária do hospital. De antemão, o grupo de protestantes já marcou um novo encontro sexta à tarde, novamente em frente à prefeitura.

Atendimento

Os casos outrora atendidos pelo pronto-socorro do São José estão sendo encaminhados para o Hospital do Trabalhador e Cajuru, em Curitiba. As emergências, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, estão sendo atendidas nas duas unidades de saúde 24h da cidade.

O governo do Estado emitiu uma nota oficial sobre o caso, garantindo que ainda não foi comunicado oficialmente do fechamento, mas que no caso de suspensão definitiva das atividades, todos os procedimentos e autorizações para internações hospitalares serão imediatamente repassadas a outro hospital, sem prejuízos à população.

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