Proposta de última hora breca greve nos Correios

Uma proposta de última hora da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) adiou, pelo menos momentaneamente, a greve que seria deflagrada na noite de ontem. Os funcionários pretendiam paralisar as atividades a partir de hoje para pressionar a empresa a negociar os reajustes, uma vez que as duas propostas encaminhadas anteriormente pela ECT foram consideradas muito abaixo das reivindicações dos funcionários. Porém, por volta das 17h de ontem, a ECT apresentou uma terceira proposta: reajuste salarial de 9,18%, abono de R$ 800,00, anuênio e gratificação de férias.

O comitê de negociação em Brasília aceitou a proposta da empresa, mas não assinou. A oficialização do acordo depende da posição dos sindicatos, que ontem à noite realizaram assembléias nos estados. Em Curitiba, os trabalhadores votaram a favor da paralisação. Porém, segundo os sindicalistas, a greve não será deflagrada hoje porque a definição depende dos resultados das assembléias no País. O secretário geral do Sintcom (Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná), Nilson Rodrigues dos Santos, considerou a nova proposta da ECT ?uma manobra para dividir os trabalhadores?.

Em estado de greve desde o dia 24 de agosto, os funcionários dos Correios já realizaram passeatas, assembléias e vigílias noturnas contra a proposta de reajuste de 4% mais abono de R$ 500,00. Mas depois das manifestações, a ECT fez nova proposta aos funcionários: reajuste de 5% e abono de R$ 800,00. A categoria exige, além da reposição da inflação do último ano, 16% de aumento real e um reajuste de 44,64%, relativo às perdas salariais do período de governo Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002. Os funcionários reivindicam ainda um piso salarial de R$ 997,85 para a categoria. Hoje, um carteiro em início de carreira recebe um salário bruto de R$ 479,98.

?Temos uma pauta nacional de reivindicações que, a cada proposta, vem sendo simplesmente jogada no lixo pela direção da ECT. Não aceitamos abono, queremos aumento real e uma menor disparidade de salários dentro da empresa, uma vez que há na empresa pessoas que recebem mais de R$ 15 mil por mês?, destacou o secretário geral do Sintcom, Nilson Rodrigues dos Santos. Dos 100 mil funcionários da ECT no País, cerca de 5.800 estão no Paraná.

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