Profissionais de ensino iniciam caminhada

Professores e funcionários da rede estadual de ensino começaram ontem, em Ponta Grossa, a Marcha pela Educação. Eles percorreram 21 quilômetros a pé e a previsão é que cheguem na terça-feira em Curitiba. Eles vão acompanhar a votação, na Assembléia Legislativa (AL), dos projetos de lei que equiparam os salários dos docentes com o dos outros servidores do Estado que também possuem curso superior, e o que cria o plano de carreira dos funcionários da educação.

Os professores e funcionários, representando os 29 núcleos da APP-Sindicato em todo o Paraná, se reuniram às 9h em frente ao Colégio Estadual Professor Colares, no bairro Oficinas, em Ponta Grossa, onde fizeram um ato ecumênico e, por volta das 11h, sob o sol forte, deram início à marcha para Curitiba. A previsão é que eles caminhem cerca de 20 quilômetros todos os dias. Ontem o movimento reuniu cerca de 200 pessoas. Elas acamparam nas imediações do Parque Estadual de Vila Velha. Na próxima segunda-feira chegam a São Luís do Purunã e realizam um ato público no monumento erguido em homenagem ao integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Antônio Tavares, morto em 2000, durante um confronto dos trabalhadores com a Polícia Militar, às margens da BR-277.

Na terça-feira os profissionais serão recebidos por outros professores em frente à Catedral Metropolitana de Curitiba, na Praça Tiradentes. Depois seguem para o Palácio Iguaçu, onde tentam mais uma vez um entendimento com o governo do Estado. Se não houver resultado, à tarde eles seguem para a Assembléia Legislativa para pressionar os deputados a aprovarem os dois projetos. A votação deveria ter ocorrido no dia 23 do mês passado, mas o governo quis negociar. Houve três encontros, mas não chegaram a um acordo e as propostas voltaram para a pauta da AL.

Segundo a APP, o governo teria condições de atender as reivindicações, mas afirma que um reajuste este ano viria a comprometer o limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. "Eles alegam que não teriam margem financeira para conceder reajuste este ano, e que estariam disponibilizando novos recursos para o orçamento de 2007. No entanto, não falam em números. Portanto essa é uma proposta muito solta. Vamos manter nosso calendário de manifestações", afirma o diretor da APP, Luiz Carlos Paixão da Rocha.

Segundo ele, os professores querem isonomia salarial. Enquanto os docentes em início de carreira ganham R$ 1.030 por 40 horas de trabalho, os demais servidores com o mesmo grau de escolaridade vão passar a ganhar R$ 2.080 a partir do próximo mês. Eles também pedem a implantação do plano de carreira dos funcionários. Os professores conseguiram o deles em 2004.

Neste dia, as aulas em Curitiba e Região Metropolitana também devem ter 30 minutos. Os professores e funcionários estão sendo convocados a engrossar o movimento. Essa é a terceira vez que a marcha é realizada. Em 1997 os professores percorreram os cerca de 100 quilômetros a pé para entregar o Plano de Cargos e Carreira dos Professores à Assembléia Legislativa, e em 2004 voltaram para a estrada para pedir a aprovação do plano. 

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