Profissão bombeiro exige muita força de vontade

No próximo dia 8 de outubro, o Corpo de Bombeiros do Paraná completa noventa anos de existência. Muitos jovens entram para a corporação, mas alguns deles, ao descobrirem os perigos que fazem parte do dia-a-dia da profissão, acabam desistindo e partindo para outras áreas. Isto não aconteceu com o subtenente Manoel Renato Armstrong, de 48 anos, que na última quarta-feira completou trinta anos de profissão. Prestes a se aposentar, ele vem sendo alvo da admiração dos colegas por sua persistência e coragem ao enfrentar situações de grande perigo.

Armstrong dedicou mais da metade da vida ao Corpo de Bombeiros. Passou por muitas situações de risco e tensão. Uma delas, em 1981, quando ajudou a apagar um incêndio no Edifício Grande Avenida, de dezoito andares, em São Paulo. “Passei dezesseis horas trabalhando no combate ao fogo e no resgate de vítimas”, conta. “Foi uma das coisas mais arriscadas que fiz. Junto com outros companheiros, ajudei a salvar mais de trinta pessoas das chamas.”

Especializado em resgate em montanhas, Armstrong quase perdeu a própria vida, há alguns anos, durante o resgate de dois jovens montanhistas que se aventuravam pela Serra do Mar paranaense. “Eles estavam perdidos há quatro dias e eu, junto com outros bombeiros, andei muito no meio da mata até encontrá-los”, recorda. Para tirar os jovens de um vale, Armstrong teve que se pendurar em uma corda. Por acidente, a corda acabou se desprendendo e o bombeiro enfrentou uma queda de cerca de seis metros, dentro de um buraco com mais de 90 metros.

“Nunca me esqueço daquele dia: foi um dos mais arriscados da minha vida”, afirma. “Para se dar bem na minha profissão, deve-se gostar muito do que faz. É muito gratificante, mas quem se ilude e acha que é fácil não consegue agüentar por muito tempo.” Feliz, Armstrong diz que sua maior recompensa é saber do orgulho de seus amigos e parentes.

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