Professores de Araucária fazem protesto

Pela terceira vez em menos de dez dias, os professores da rede municipal de ensino de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, promoveram um protesto pelas ruas da cidade. Eles são contra algumas mudanças que a Secretaria Municipal de Educação pretende implantar a partir de fevereiro. Essas mudanças mexem na carga horária dos docentes. No entanto, a secretaria diz que eles estão brigando para manter um certo privilégio concedido a algumas categorias.

Os professores caminharam cerca de dois quilômetros, até a praça da Igreja Matriz, como forma de chamar a atenção da comunidade e pedir adesão à mobilização. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (Sismmar), Wilson Ubiratan Fernandes, houve uma imposição da secretaria no que se refere à carga horário dos professores, que será aumentada de 15 horas/aula para 20 horas/aula, sem compensação financeira. Essa mudança valeria para os professores que atuam de 5.ª até 8.ª séries. ?A lei exige 20 horas semanais, distribuídas em hora/aula. Eles querem contar a hora do relógio sem pagar o adicional?, falou.

Outra reclamação dos professores diz respeito ao Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV). Segundo Fernandes, havia uma comissão discutindo esse plano em conjunto com a administração, o qual seria enviado para a aprovação na Câmara de Vereadores ainda nesse ano. No entanto, diz o sindicalista, algumas conquistas históricas da categoria teriam sido retiradas, como a questão da hora/aula, e isonomia salarial para professores que atuam de 1.ª a 4.ª séries e que concluíram o ensino superior. ?Nós ganhamos não pelo tamanho da criança, mas pelo conhecimento que passamos?, ponderou.

A secretária de Educação de Araucária, Ivana Chemello Opis, disse que as manifestações não passam de movimento político, e que são os alunos que estão sendo prejudicados por ficarem sem aulas. Segundo ela, a carga horária de 20 horas semanais estava prevista no concurso público, e os professores de 5.ª a 8.ª séries estão praticando apenas 16 horas, por uma prática antiga no município. No entanto, o Tribunal de Contas está cobrando essa diferença e, por isso, as alterações estão sendo feitas. Além disso, por ter uma carga menor, essa categoria tinha um dia de folga, apelidado de ?folguinha?, sobre o que o Ministério Público também está pedindo esclarecimentos.

Quanto ao PCCV, a secretária informou que há sete meses eles estavam trabalhando juntos para montar o plano. No entanto, agora eles resolveram incluir cláusulas que já têm decisão contrária da Justiça. É o caso da isonomia salarial, que segundo Ivana, só pode ocorrer se o professor fizer concurso para outro nível. ?Eles já sabem disso, e como a briga pela mudança de carga atinge apenas parte dos professores, estão usando o plano como bandeira para atrair toda a categoria?, disse. A secretária confirmou que já havia agendado uma reunião com o sindicato para a próxima segunda-feira, para discutir novamente esses pontos, e que o protesto foi algo desnecessário.

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