Prevenção à aids consegue avanços

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, ontem, foi marcado por diversas atividades em Curitiba. Organizações não-governamentais e entidades públicas, como as secretarias municipal e estadual de Saúde, promoveram um trabalho de conscientização da população na Rua Quinze de Novembro, com a distribuição de panfletos e preservativos. Um baner com o laço vermelho, que é o símbolo internacional da solidariedade com a causa da aids, foi estendido durante um rapel feito por policiais militares em um edifício na Boca Maldita. O hospital da Cruz Vermelha realizou durante todo o dia exames de sangue gratuitos.

O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi criado em 1988, durante encontro mundial de ministros de Saúde, em Londres, com a participação de 140 países. Objetivo da data é mobilizar governos, sociedade civil, portadores do HIV e outros segmentos da população para uma reflexão sobre a epidemia. A data simboliza, também, a solidariedade e a luta contra o estigma e a discriminação.

Avanços

Passados 20 anos do aparecimento da aids no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, alguns indicativos positivos em relação à doença podem ser destacados. A epidemia está considera estabilizada, com tendência à queda desde o ano de 2000. Os óbitos foram reduzidos em mais de 50%, e os doentes têm acesso gratuito ao tratamento e aos exames. A estimativa do Banco Mundial de que, no ano 2000, o Brasil teria 1,2 milhão de infectados não se confirmou. O País virou o século com uma estimativa de 600 mil pessoas com o HIV, ou 0,5% da população.

Mas apesar de a aids estar controlada, a contaminação pelos vírus HIV – causador da doença – não está controlado, alerta a médica responsável pelo serviço de doenças infecciosas do Hospital Cruz Vermelha, Ciane Cristina de Oliveira Mackert. Segundo ela, esse controle só vai acontecer com a prevenção, que não se restringe à distribuição de preservativos. “Precisa haver uma educação continuada, onde as pessoas são incentivadas a fazer o exame e se prevenir contra a doença”, afirma. A médica garante que apenas 30% da população sexualmente ativa no Brasil – entre 15 a 49 anos – já fez o exame. “Desse total, 70% são gestantes que fazem o exame não de forma espontânea, mas por pressão do médico para evitar a transmissão vertical para o filho”, afirmou Ciane.

Curitiba

Em Curitiba, desde 1984 até hoje, foram notificados 5.466 casos de aids. Cerca de 2.800 dessas pessoas estão convivendo com a doença, e as outras faleceram. A secretaria municipal de Saúde estima que a doença também está estabilizada na capital, e comemora alguns avanços no setor. A coordenadora municipal de DSTs e Aids, Mariana Thomaz, afirma que em menos de três anos conseguiram reduzir para menos de 1% a transmissão vertical da aids, que antes era de 12%. Isso é reflexo do programa Mãe Curitibana, onde todas as gestantes fazem o exame.

O secretário da Saúde de Curitiba, Michele Caputo Neto, afirmou que a capital foi uma das primeiras a implantar o exame gratuito em todas as unidades de saúde – hoje são realizados 2.800 exames por mês -, assim como, foi escolhida pelo Ministério da Saúde para participar de um projeto de distribuição de preservativos nas escolas. Caputo adiantou que a secretaria incentivará, junto com ongs do município, a criação de uma frente municipal da DSTs e aids, semelhante à criada na semana passada na Assembléia Legislativa.

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