Pais de alunos matriculados em escolas particulares enfrentarão aumento das mensalidades entre 7% e 8,5% em 2014. A estimativa é do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe-PR). “Nós adotamos a política de deixar as escolas livres para definir suas mensalidades, mas pelo o que estamos acompanhando, teremos esses números de reajuste. Mas com certeza, não teremos aumento maior do que 9%”, promete Jacir Venturi, presidente do Sinepe-PR. O reajuste virá acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estimado em 6,27%.
De acordo com Venturi, o reajuste acima da inflação ocorre por causa do aumento dos custos relacionados ao setor. “Temos gastos com ampliação de carga horária, serviços para família, capacitação e tecnologia. Mas principalmente com folha de pagamentos dos professores. Muitas escolas pagam um reajuste salarial maior do que o estipulado na convenção da categoria para manter seus bons profissionais”, explica.
O presidente do Sinepe-PR também afirma que os investimentos em segurança nas escolas têm refletido no preço final das mensalidades. “Há alguns anos atrás, os gastos com segurança eram mínimos. Hoje, os pais buscam estabelecimentos que ofereçam dispositivos eficazes. Algumas escolas até contratam empresas de segurança terceirizadas”, ressalta.
Planilha de custos
De acordo com a coordenadora do Procon/PR, a advogada Claudia Silvana, os pais de alunos de escolas particulares devem exigir a planilha de custos do estabelecimento para verificar os fatores que levaram ao reajuste. “Não podemos utilizar somente o índice de inflação para justificar o reajuste. Tem outros fatores que fazem as mensalidades subirem, com salários de professores, melhorias estruturais, capacitação, entre outros.
Mas os pais devem pedir esses fatores detalhados em uma planilha. Isso está previsto em lei”, diz.
O Procon/PR ressalta que a escola deve divulgar sua proposta de contrato no período mínimo de 45 dias antes da data final da matrícula.
Orçamento
A professora Vana da Rocha, que tem uma filha matriculada em escola particular, afirma que já começa a preparar o orçamento familiar no segundo semestre, prevendo o reajuste na mensalidade. “Nós encaramos como investimento, então fazemos alguns ajustes para priorizar o estudo da nossa filha. Mas todo final de ano já nos preparamos para receber esse aumento e também fazer a rematrícula”, conta.
A dona de casa Mirian Mendes tem duas filhas estudando em escola particular. Ela também prefere ajustar o orçamento para priorizar o estudo das crianças. “Todo final de ano já me planejo para o aumento da mensalidade. Apertamos o orçamento em outras áreas e priorizamos a escola. Mas temos que suar para tudo caber no bolso”, diz.
