Polícia vai investigar venda de abortivo

A Administração da Regional Matriz, da Prefeitura de Curitiba, realizou uma reunião na tarde de ontem para tratar da denúncia de venda de remédio abortivo ilegal dentro da Rua da Cidadania, na Praça Rui Barbosa. De acordo com o administrador da Regional Matriz, Omar Akel, a denúncia noticiada por O Estado na última quarta-feira, de que ambulantes vendem Cytotec falsificado trazido do Paraguai dentro do mercado da Matriz, surpreendeu a todos. "Nunca tínhamos ouvido falar nesta questão. Realmente foi uma surpresa nos depararmos com este crime sendo cometido dentro da Rua da Cidadania", disse.

Participaram da reunião seis representantes dos permissionários, representantes da Procuradoria Geral do Município, da URBS – que é responsável pela administração da Rua da Cidadania – e da Guarda Municipal. Foi decidido que a segurança dentro do mercado deve ser intensificada, os representantes dos ambulantes prometeram fiscalizarem-se e a Secretaria Municipal de Defesa Social foi acionada para contatar as polícias Militar e Civil e informar sobre o fato. O objetivo é iniciar uma investigação policial que localize as pessoas que estão sustentando o comércio ilegal de Cytotec no mercado.

"Cabe à polícia descobrir quem participa deste esquema. Com certeza o vendedor aqui dentro é apenas a ponta do iceberg. Tem muito mais gente envolvida: os que trazem este medicamento do Paraguai, quem distribui", afirma Akel.

A reportagem entrou em contato com o Núcleo de Repressão de Crimes contra a Saúde (Nucrisa), da Polícia Civil. A delegada do núcleo, Paula Brizola, disse que nunca havia recebido informações sobre a venda de Cytotec no centro da cidade. "Agora que estamos sabendo da prática deste crime, será aberto um inquérito para investigar este comércio", explicou.

A ambulante que apareceu na foto publicada pelo jornal – e que participou como atravessadora na venda do Cytotec flagrada pela equipe de reportagem de O Estado – já foi identificada pela administração da regional. Akel afirmou que ela será notificada pela URBS e terá prazo de cinco dias para apresentar defesa. O caso será julgado administrativamente pela comissão técnica formada por representantes da Prefeitura e dos ambulantes.

Marginais

Segundo Akel, a única informação recebida pela administração da matriz sobre práticas ilícitas dentro do mercado, foi sobre a ação de marginais conhecidos como "A turma da Xuxa". Akel informou que a segurança no local já havia sido intensificada, por causa do grupo que rouba mercadorias das lojas do centro de Curitiba e revende para os comerciantes do mercado da Rui Barbosa. "Foi inaugurado, há cerca de dois meses, um posto da Guarda Municipal que funciona 24 horas dentro do mercado. Existem seis homens fazendo a segurança no local em tempo integral e pretendemos reforçar ainda mais", disse.

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