Polícia previne drogas entre crianças

Mais de mil policiais militares estão trabalhando na prevenção às drogas e a violência em escolas de 109 municípios do Paraná. Em três anos de atividades, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) atendeu quase 196 mil alunos entre 9 e 12 anos. Ontem, cerca de 5 mil estudantes estiveram reunidos no Batalhão da PM em Curitiba para receber o certificado de participação no programa.

O coordenador do Proerd, coronel João Luís Zilli Porcides comenta que a iniciativa foi baseada em uma experiência que começou em 1983 nos EUA, e dez anos depois foi trazido para o Brasil, pela PM do Rio. No Paraná o Proerd formou a primeira turma em 2000, e hoje conta com mais de mil escolas públicas e particulares participantes. Ele explica que os objetivo principal do programa é desenvolver um sistema de prevenção contra a violência e uso indevido de drogas, que vai ter reflexo na prevenção da criminalidade.

Os conteúdos são repassados por policiais fardados, em aulas semanais, com duração de 45 minutos ou uma hora. O coronel Porcides comenta que o público alvo são estudantes da quarta série do ensino fundamental. “Nessa faixa etária as crianças são mais atraídas pela curiosidade e podem querem experimentar drogas”, explica. Durante as aulas, ressalta, os alunos aprendem como resistir a pressão de grupos externos que visam introduzir as drogas nas escolas ou comunidade.

Mudanças

“A maioria dos alunos que participam do projeto acaba tendo uma mudança comportamental”, disse a diretora da Escola Stella Maris, Lenita Venantte. Segundo ela, a presença dos policiais acaba impondo ordem na escola, situação que é cobrada pelos próprios estudantes. Lenita afirmou que a escola vai manter o Proerd no currículo escolar, e começar a preparar os alunos para as atividades desde a terceira série.

A professora da escola municipal Madre Antônia, Maria de Lurdes Simões Durante ? que acompanha o programa há dois anos ? diz que os alunos dividem com o policial experiências que observam em casa ou na sua comunidade. “Eles trazem para a sala de aula a vivência de casa, comentando que os pais fumam, ou que viram colegas usando algum tipo de droga”, disse. A professora comentou ainda que os alunos tem muita curiosidade de saber sobre os diferentes tipos de drogas e as conseqüências disso para o organismo. “E isso é muito positivo, pois eles crescem com essa consciência”, observou.

Clubes

Para dar continuidade ao Proerd junto aos alunos, a PM está incentivando a criação de clubes nas escolas. Eles são voltados para crianças que já passaram pelo programa e irão trabalhar o tema de outra forma. “É como se fosse um grupo de escoteiros, onde as crianças participam de um grupo organizado, e com isso deixam de integrar mais tarde gangues de delinqüentes”, explicou a tenente Juliana Mlina Selucio, que atua na coordenação do Proerd. Essa iniciativa já está sendo desenvolvida em escolas do interior do Estado em parceria com as associação de pais e mestres.

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