Polícia Federal começa investigar hoje, denúncia em Londrina

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, negou ontem envolvimento com a suposta movimentação de recursos financeiros não declarados durante a campanha eleitoral que reelegeu o prefeito petista Nedson Micheleti, no ano passado, em Londrina.

Por meio de nota oficial, Bernardo, que tem sua base eleitoral em Londrina, reconheceu ter apoiado Micheleti, mas ressalvou não ter participado da ?administração da campanha?, que, segundo ele, ?foi conduzida dentro dos parâmetros estabelecidos na lei eleitoral?.

Bernardo disse repudiar ?veementemente as insinuações caluniosas que tentam envolver meu nome em supostas irregularidades na captação de recursos para a campanha do atual prefeito? e garantiu que tomará as ?providências legais cabíveis?.

A denúncia do envolvimento de Bernardo foi feita por Soraya Garcia, que atuou como assessora financeira da campanha petista. Ela, que é filiada ao PT, envolveu também o deputado estadual e presidente do partido no Paraná André Vargas.

A Polícia Federal começa a investigar hoje as denúncias de Soraya, segundo quem a campanha de Micheleti consumiu R$ 7,8 milhões, mas contabilizou despesa de R$ 1,3 milhão. A PF, a pedido do Ministério Público, revistou na quinta-feira as residências de três dirigentes locais do PT apontados por Soraya como responsáveis pela movimentação do caixa 2. Mas não encontrou nenhuma prova.

Soraya entregou ao MP sua agenda e canhotos de talões de cheques utilizados durante a campanha. Ela disse não dispor de documentos, mas os detalhes que têm fornecido de memória sobre a suposta movimentação do caixa 2 surpreenderam o promotor da Justiça Eleitoral Sergio Corrêa Siqueira e o delegado da PF Sandro Roberto Vianna dos Santos.

O depoimento dela ao MP durou cinco horas e começará a ser transcrito nesta segunda-feira. Soraya fez a denúncia na noite de quarta-feira. Curiosamente, ela compareceu ao MP acompanhada de um irmão do prefeito, Nilton Micheleti, que confirmou – contradizendo versão da direção do partido – que Soraya trabalhou na campanha como assessora financeira.

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