Dia Mundial da Água

Piora a qualidade dos rios no Estado

O Paraná não teve muito a comemorar ontem, no Dia Mundial da Água. A qualidade dos rios e dos reservatórios de água do Estado piorou nos últimos anos, aponta diagnóstico do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

A situação mais crítica está em Curitiba e região metropolitana, como nos rios Belém, Barigui, Palmital e Pequeno, de acordo com o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko.

“Eles estão horríveis. Estamos com nossa água cada vez pior. Os rios da RMC estão agonizando por um conjunto de descasos e erros estratégicos, da população e dos municípios”, afirma.

Rios como o Verde e o Passaúna, que eram pouco poluídos no relatório anterior (2004) estão em estado moderado de degradação. Mas há esperança. “Todos são passíveis de recuperação, seja com mais ou menos tempo e investimento”, pondera Burko.

O presidente do IAP critica a falta de políticas urbanas municipais de intervenção na água. Sem elas, não se sabe ao certo os motivos que têm causado a piora na água dos rios.

“Nem a análise para se conhecer esses motivos está sendo feita. Não temos indicadores confiáveis para afirmar o que causa a poluição”, diz.
Também há casos de recuperação, principalmente em zonas rurais. Ao longo do Rio Ivaí, a quantidade de espécies de peixes aumentou na última década.

Brasil

Ao contrário da análise paranaense, a qualidade da água em todo o País é analisada como boa, segundo o diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Varella, que participou ontem do evento “Água Limpa para um Mundo Saudável”, realizado no Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec).

“Mais de 70% das amostras que temos feito são boas, porque o País é muito grande. Nossos maiores problemas estão localizados ao redor dos grandes centros urbanos, com geração dos lixos e poluição, como temos ao redor de Curitiba, de São Paulo e do Rio de Janeiro”, diz Varella, que alerta para a necessidade de reverter esse quadro. “Caso contrário, teremos que buscar a água cada vez mais longe e pagar mais caro por ela”, completa.

Para Varella, a principal mudança necessária é de consciência da população sobre o problema. “Precisamos passar de espectadores para efetivamente atores”, finaliza.